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Dia das Crianças

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Venda Antecipada

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V ente Um livro que caminha entre o sagrado e o profano de um modo poético e humano. No dia 01 de novembro (horário a confirmar) lanço o meu segundo livro no Memorial Minas Gerais Vale . O livro V ente. É um convite a ventar. O valor da venda das primeiras 500 unidades será doado  INTEGRALMENTE para o Projeto Assistencial Novo Céu . O preço do livro é R$25,00. E você pode comprar antecipadamente pelo depósito em conta: Banco Itaú Agência 3828 Conta Poupança 05899-4/500 CPF 941.959.946-91 Bernardo Moura de Sant'Anna Comprando antecipadamente e enviando o comprovante do depósito por mensagem no facebook/besantanna ou pelo email besantanna@gmail.com você doa R$25,00 para o Projeto Assistencial Novo Céu, e recebe o livro, no dia do lançamento, já com dedicatória. Aqui no Blog, no Twitter e no Facebook, semanalmente, você vai acompanhar a venda e o valor arrecadado para as crianças do Novo Céu. Saiba mais sobre esse projeto clicando aqui . No dia do lança

Mesmo

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Meus escritos não são belos como a Gabriela, inteligentes como a Serpa, mágicos como as histórias da Guiomar, fortes como a minha irmã. Não são amantes da vida como o Mastrocola, sensíveis como a Raquel, indignados como a Rachel, exemplos como o Wernek. Nem de longe coloridos como a minha mãe, audazes como o meu pai, profundos como a Izabelle, ricos como o Eike. Não são pops como o Michael, jazzísticos como o Nelson ou brasileiros como o Adelson. Meus escritos não são páreo para o humor da Laura, não são filosóficos como Rubem, não são densos como Zezito. Ou rápidos como a Menina Vento, ou céticos como a Yara, ou frágeis como as flores do meu bonsai... Meus escritos não conseguem captar o hiato das viagens criativas de Beatriz, minha filha de um ano e sete meses. Meus escritos não são nada se não o amor perdido. Escrevo para encontrá-lo. Escrevo como quem corre uma meia maratona para ganhar a oportunidade de um namoro. Escrevo para ser evo, o eterno, o masculino da eva, a complet

Você joga xadrez?

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Deus parece que joga xadrez, eu disse. Ela respondeu: se é xadrez que ele joga, tem um adversário. Detesto gente inteligente, porque eu amo gente inteligente. O bom do amor é que ele é diferente da cesta de laranja. Quando a gente distribui laranja, a cesta esvazia. A cesta do amor parece que enche. Com quem Deus joga xadrez? Ela falou que é com o "Não-Sei-Que-Diga*". Será? Será com a gente? Ou será que sou só peão? Eu, peão, vou pro embate. Morro primeiro. Eu, peão, não tenho problema em ficar no quadrado branco ou preto. O problema do eu, peão, é que não sei voltar. Eu, cavalo, não ando reto. Passo por cima, mas não sigo o mesmo caminho. Mudo sempre pra outra direção, difícil saber onde minha estrada vai dar. Eu, torre, não sou flexível. A cruz do meu caminho é ir pra frente ou pra trás, pra um lado ou pro outro. Sou muro. Escudo, sou vulnerável. Eu, bispo, tangencio. Meu olhar enviesado não vê o mundo de frente. Não sou rei, muito menos rainha. Não so

Para Fernando Netto

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A bela e delicada maquiadora pingou uma gota em cada olho. De olhos fechados, elas bem que puderam se multiplicar um pouquinho, sem causar curiosidade ou estranheza. Mais cedo, no elevador panorâmico, colou no vidro e levantou os dois braços até o teto. A subida induziu a lembrança. A lembrança da fantasia trouxe a emoção correlativa, incitando a saudade. Se lembrou do carnaval de 1977, vestido de Batman, quando reconheceu o seu melhor amigo, o Superman. Não, não era o Robin. O Superman tinha um redemoinho na testa, cabelo escorrido e nariz de batatinha, uma alegria pacífica, mar em calmaria que induz o sorriso. Ainda bem que existe o John Williams pra orquestrar as músicas tema dos sonhos infantis, que não se resumem a cantigas de roda. A grandiosidade sinfônica alcança, na ponta do pé, quase pulando, o tamanho do sonho de menino. Pensar na lembrança, se entregar de corpo e alma, é volver ao sonho, se conectar com o clima, fazer amor com a saudade. Re-viver. A saudade também

Metonímia

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Rubem Alves é um pai. Tipo. Ou um avô. Adoro ler seus livros. Adoro seu jeito de falar sempre a mesma coisa, de maneira diferente. Um Alfredo Volpi das palavras. Suas palavras são bandeirinhas coloridas na minha mente. Não, não mente. Fala a verdade. Flamulam. Um Amílcar de Castro que me desgeometriza geometrizando. Se é que isso é possível. Já li uns 6 livros dele. Gostava de citá-lo em sala de aula. Meus alunos se lembram disso (espero). Ganhei de presente de um sonho de amiga um livro dele de aniversário. Aliás, ganhei 2. Já li os dois. Acho que são 8, agora, os livros que li dele. Hoje cedo, me lembrei dele no café da manhã. Diz o Rubem Alves que o peso de papel da escrivaninha dele faz lembrar seu pai. Era o peso de papel do pai dele, claro. Como diz ele, não podia ser metáfora, que o peso não se parece com o pai. É metonímia. Me lembrei dessa passagem do seu livro "Ostra feliz não faz pérola" quando peguei duas fatias de queijo minas e coloquei mel. Dos 11

Ondas do mar, do há mar do meu pai

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Pai, olho do mar de mim. Atravesso. Escuto o barulho das ondas. Sei do abraço, sei do laço, sei do querer. Foi me dada a faculdade de ver. O vento balanceia meus cabelos. Meu olhar é lânguido assim, sou assim, pai. Essa sou eu. Atrás do vidro, atrás da rede de proteção, atrás da grade, atrás do seu olhar estou. Você vai chegar pelo mar? Da barriga da mamãe eu escutava você cantar. Quando chega a noite, procuro a estrelinha da música, a que você vai trazer pra mim quando eu crescer e você comprar um avião. Você vem, afinal, de avião ou barco, papai? É você ali, correndo na areia? Onde você está agora? Trabalhando? Pensando em mim? Sentado no box? Querendo um abraço? Há mar dentro de ti, pai. Posso sentir. Há mar dentro de mim, posso sentir. Por isso que quando a gente chora de saudade, nossa lágrima é salgada. É um pouquinho do há mar que transborda, em ondas que ouço, barulho das ondas revoltas, há mar, nós dois. O vento atiça as ondas do seu peito, pai. Daqui lhe vejo. Daqui