São Tomé
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9jgUHOLjXg5sjOhyphenhyphenBMWkgxHSSg-Z2KQcrPPt-QbqvNzYyqbGao42y98EhPXBne5BlnaJD-JItJEAQUSCbaauS4WVUumG3L241Hne9ApuNhUHd0ukF7oY2tliQEUKZxa5YktG7tnJhVyNt/s320/IMG_6115.jpg)
Sonhei que comprei uma casa nova no caminho, ao lado de um Córrego. Quando chovia na cabeceira, o Córrego entrava e inundava todo o primeiro andar. Tudo o que guardei em minha lembrança ficava então debaixo d'água. E eu podia ser feliz novamente. Tentei tirar caixas de violino da água, botá-las pra secar. Violões, um piano, a barra de uma túnica muito minha, sagrada e branca, que estava em um cabide. Mas a água cristalina vinha e banhava o chão da sala da minha casa deixando tudo cristalino e limpo e lindo e líquido. Pedra. São Tomé. E, de repente, você voltou. E pude finalmente lhe mostrar o primeiro andar submerso onde eu entulhava as coisas todas. Terceira margem. Eu quis desviar o curso do córrego, você não deixou, e Ele, água, começou a banhar nossas vidas. Foi a partir desse dia que começamos a viver sempre descalços, só no segundo andar, com a água fresquinha envolvendo os pés que já caminharam tanto.