Hosana
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE5YaBt64XL53fd2T33880jSvhSqXitRfZcD2Ep7Uc3qtVfwUY_vThZ1gmNuLzrTteXXUgkZ3XRIAgL4PqfciE2vAslxN7RS0Fle0B7xshLth0cI8Rp8caqeCcuXiuDzOlTT5jM1nxPL1D/s320/Beatriz+%2523ultrawalker.jpg)
Moro no arqueio das sobrancelhas de Beatriz. Vivo sua explicação da vida, sinto sua admiração compreensão duvidosa da existência, seivas suas simples verdades: “sou diferente, papai”. É sim, filha. Come mesmo a salsicha do cachorro quente antes. Deixa o pão pra comer depois. A gente bobo é que faz tudo junto, bobamente esperdiçamos o Tesouro de Kairóz comendo tudo junto, barulho que acorda Chronos, matalmente. Isso, sim, é desperdício do ócio do amor, é querer que a planta cresça logo, sem respeitar o Vento, a Chuva, o Sol. A natureza das coisas franze a testa de Beatriz. Eu, riacho de mim. Enquanto a chuva chove águas líquidas e molhadas na superfície aculturada de Recife, olho. Molho. Observo. Escorro me todo em poças pra Beatriz pular de alegria, espalhando águas e afetos, botas de borracha, gritinhos entusiasmados de aventureira menina. Me nina na rede. Me em todos os cantos, canta, cantilena sutil. É ave, é Maria, passarinha. Hosana, filha. Sou tão pequeno, sou só um acorde na m...