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Mostrando postagens com o rótulo #tristeza

Amargo que nem jiló

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A bandeira do Brasil é verde porque vivemos em um país amargo que nem jiló. Preciso falar, mesmo sabendo que não há a mínima chance de ser ouvido. Pra começar, esse texto não vai viralizar. Não há cachorros sorrindo nele. Não há neném dançando como se fosse uma prostituta na boite. Não há champagne, não há cidades europeias, praias paradisíacas, mulher pelada, carros importados, sequer uma simples ode ao consumismo. Ou seja, nem meus dois mil e quinhentos “amigos” virtuais vão ler. Muito menos os duzentos que estão na fila pra que eu aceite a “amizade” deles. Se nem quando pedimos um clique solidário para ajudar uma entidade beneficente conseguimos espalhar a informação, imagine quando não há informação quente. É só um texto simples dizendo como o Brasil é amargo que nem jiló. Nenhuma novidade. Essa noite fui furtado (conferi o termo no Google). Furtaram o rádio do carro e o estepe. Não, não foi dentro da garagem porque moro em um apartamento muito antigo, financiado pela Caixa, que

Código Morse

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Morro de amores. Montanha, mesmo. Talvez cadeia. Cumes. Picos. Amar não tem sido um verbo muito conjugado. Talvez amar venha sendo conjulgado. Réus algozes, tribuna de todos, juízes facebookiânus que jogam pimenta refresco. As mazelas da convivência digital. O desrespeito social. O limite, quando virtual, deixa de ser físico, palpável, táctil. Con-fundem-se liberdades. Con-fundem-se fronteiras. O romantismo do Rouba-bandeira mora na infância. Lá, sentidos. Fui postar um coração numa foto. O carinho dos meus dedos na tecla nunca se fizeram sentidos. O toque nos cabelos da menina não exalaram perfume. Os beijos no rosto não molharam o tempo. A banalização do afeto diminui o significado do encontro. E, triste, escrevo no blog: "morro de amores". *imagem: mantiqueirista.blogspot.com

Um dia atípico

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Ontem foi um dia atípico. Às 21h paramos na avenida do Contorno, logo após a trincheira para comer um sanduíche. De lá, eu ficaria no Hospital Felício Rocho para dormir com meu primo que fez uma cirurgia. Decidimos parar ali  pra que eu comesse algo porque ficava mais fácil, mais simples, é bem próximo ao hospital.  Antes de fazermos o pedido, o comentário do atendente: –Quebraram o vidro do carro preto do outro lado da rua. Estão levando uma mochila. Saí em disparada atravessando a avenida entre carros acompanhado do motoboy da lanchonete: –Vai por aqui que eu vou por ali! Bom, levaram meu computador pessoal. Todos os meus arquivos de áudio dos últimos 5 anos. Levaram as primeiras páginas do livro novo, que demorei 8 meses pra conseguir encontrar a forma de escrevê-lo, levaram a apresentação da palestra que eu darei hoje e que demorei também 8 meses pra que ficasse pronta. Não, não havia backup dessa palestra, ontem era sua finalização, hoje eu faria o backup. Curi

Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é?

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É... Saudade do tempo em que o Zezé do Carnaval era o da cabeleira, não o do Pó Royal. Quando me vestia de bermuda, tênis, camiseta, pegava um troco com minha mãe e ia pro Minas I, de ônibus, brincar no baile. Voltava à pé. Ou ficava horas no vazio ponto de ônibus, no escuro, esperando a condução. Hoje, na frente do Hospital São Bento, tem o bloco dos Irmãos Metralha, na descida na Nossa Senhora do Carmo tem o bloco do Al Capone, no Gutierrez tem o bloco do Ali Babá e os 40 ladrões, no Santo Antônio tem bloco o ano inteiro dos “Carangos e Motocas” e o bordão “Eu te disse, eu te disse!” não é mais dito por uma motoquinha com cara de boboca. É por alguém que já caiu no esquema do assalto relâmpago, do sequestro relâmpago, do motoqueiro relâmpago. Sem falar no bloquinho da Serra do Cipó, onde o carnaval pega fogo, e no carnaval da periferia, onde é samba de roda o ano inteiro. Top-top. Põe na roda e seja o que Deus quiser... tadinho de Deus: brasileiro, queria um samba-exalta