Nós não temos limites






"Sr. Anderson, posso fazer uma pergunta?"
"Pode", disse o professor de literatura.
"Porque as pessoas bacanas escolhem as pessoas erradas pra sair?", perguntou Charlie.
"Estamos falando de um alguém específico?"
Charlie fez que sim com a cabeça.
"Aceitamos o amor que achamos que merecemos." - pontuou o professor.
"Podemos fazer com que saibam que merecem mais?", continuou Charlie.
"Podemos tentar." - disse Sr. Anderson.
(sorriso)

Leia de novo a resposta do professor, inspire e expire uma vez, antes de prosseguir:
"Aceitamos o amor que achamos que merecemos."

Imagino que o livro aclamado pela crítica seja bacana. Não imaginei que o filme pudesse ser. Mas tem dois momentos muito específicos que me tomaram por inteiro. Um, esse. O outro, vejam vocês mesmos (e quem me conhece vai saber na hora), se tiverem vontade de assistir a uma sessão da tarde. Claro, porque o filme não passa muito disso. Mas o mais legal é que pode se confirmar que sem pré - conceito, ganha-se muito.

Quando estamos abertos, disponíveis, com o coração limpo e entregue, pode-se ser surpreendido com mais facilidade. E encontrar momentos de arrebatamento poético. Afinal, a gente só encontra mesmo o que procura. Por isso, quando procuramos o Bem, o Bom, o Belo, fica muito mais fácil de achar. Seja no filme simples, seja no encontro simples, seja no dia-a-dia simples, a simplicidade de se colocar à disposição e de se entregar, simplesmente, é algo transformador.
Já reparou que "simples" começa com um "sim"? 
(sorriso - agora meu) É simples, né?

É assim com o beijo, seja ele o primeiro ou o último, é assim com o abraço, é assim com o carinho, é assim com a reunião de trabalho, com o encontro com os pais, com o encontro com a ex, com o desafeto e com a aula de natação. É assim com a espera no consultório e com a fila de banco. Com o que de legal e de chato o mundo parecer lhe oferecer. O olhar que procura faz toda a diferença.

É assim que pode-se finalmente começar a enxergar o invisível.






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Indico "A alma imoral" e "Ter ou não ter, eis a questão!"

Para Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque

Rascunho