One for two
Osso esse ofício de agradar, eu disse a ela em uma de nossas conversas.
Difícil "ter que".
Se superar a todo instante, difícil esperar, difícil querer, difícil escolher, dofícil amar.
Quando Pessoa anuncia, meu dia amanhece.
Fiz um Haikai pra Laura Barreto, a amante dona do blog Ócio do Ofício:
Haikai para Laura
Na lua da Laura
respiro.
Eu dizia desse jeito de ser meio alegrefusivo, que no meu caso, muitas vezes, vem com aquele dizer: -– - Suas balas não me atingem! Meu humor é como uma couraça de aço!
Mas essa é uma história compriiiiida, que não vem ao caso aqui...
Conheci Laura - ela não sabe - por "indicação". A melhor amiga de uma paquerada no Verde Mar me mandou o link ("Vai sair hoje? Não, vou pro Verde Mar!"), por ter achado divertido ter acontecido comigo e com a amiga dela algo semelhante ao que Laura divertidamente anuncia em seu blog. De outra vez, ela usou uma foto minha em um post dela. E eu não a conhecia, já a reconhecia, trabalhamos em áridas afins.
...
Ainda não conheci Laura. Pessoalmente.
Pessoal mente. Quero a verdade. Quem sabe não deveria conhecê-la? E ficar só com minha impressão não impressa, mas marcada, minha não expectativa, minha relaxada sintonia ideativa?
No post do primeiro link acima, de 4 de setembro, "Keep the faith", o que ela cita Pessoa, me encontro.
Me encontro em vários posts dessa moça. Mas sobre esse específico, ouso responder a Laura duas coisas em desafio...
Uma que a prendi com Gilberto Gil: "Andar com Fé eu vo-ou, que a fé não costuma a faiá!".
Outra, que me dito e anuncio, quando depois de ler seu post. Segura que lá vai:
O Apego é gêmeo bivitelino da Expectativa.
Mas a Expectativa nasce primeiro. O fórceps do desejo é dispositivo crudelíssimo. Quando vemos, está em nossas mãos. Já diria aquele moço budista que anda com aquela camisola laranja e lança um monte de livro que o desapego é o caminho da felicidade. A desexpectativa deve ser o caminho da paz.
Pimenta: sobre o Keep the Faith, o comentário machista (sim, machista!, pensa aí) que a autora se refere, dizendo que
"...o cara vai fazer você se apaixonar, te usar e depois, quando cansar da novidade, te largará...",
acho cheio dos gêmeos referidos. A versão masculina machista poderia ser:
"...a mulher vai te seduzir, te colocar um anel no dedo e depois, quando você tiver caido nessa, se entregar ao desleixo da dona de casa e se esquecer da sedução..."
Ou quem sabe a versão masculina feminista:
"... a mulher vai te seduzir, fazer você se apaixonar, te usar e depois, quando cansar da novidade, vai te colocar um (um?) par de chifres..."
Qualquer um dos comentários acima são cheios da brega dupla sertaneja. A "Jane e Herondi" do pseudo-amor, a "Expectativa e o Apego". Talvez, minha amiga virtual tenha, justamente, que meditar um pouco sobre a Expectativa, assim como tenho tentado, não sem uma boa dose de dificuldade, declarar independência do seu irmão mais novo, o Apego.
De qualquer modo, antes de pensar se vamos todos escolher escrever de forma feminista ou machista, cabe nos lembrar que "Leves you, darling, if you don't care for it" e, é sempre bom grifar na alma que "One life you got to do what you should"... Por isso, uso o mesmo vídeo para servir de taça de vinho e brinco de brindar com minha amiga, até que o encontro se faça, o dia 01 de novembro chegue (dia do lançamento do meu novo livro, quando sua presença já foi confirmada), ou decidamos por algo realmente inovador e inesperado:
Haikai do encontro 2
o beijo é a fruta da árvore do abraço
Comentários
sonar radar enviado. Lá vem ele de volata...
O coitado voltou vermelhinho, morrendo de vergonha, mas, ao mesmo tempo, com um sorriso besta que não sai do rosto.
A tal dona do blog, que paquera no Verdemar e usou uma foto do colega sem prévia autorização (aliás, mais uma vez falando sobre paquera, só que dessa vez no Nutreal), também sente o peso de "ter que" surpreender, agradar e pior, ser engraçada!
Nem sempre rola, né? Azar!
Praticando o exercício da felicidade diariamente: desapego. o resto? O resto a gente dá um jeito.
Assim, desse jeito, na terceira pessoa em virtude de um súbito ataque de timidez, a pessoa ( que não é machista nem feminista, talvez só um pouco pessimista) confirma mais uma vez sua presença.
O abraço de agradecimento, longo e carinho vai virtualmente antes, ou não! :-)
Bê ijos,
Laura Barreto
Eu tendia a acreditar no nem machista nem feminista, sabia?
Grato por ler e comentar, Laura. Seu blog é o máximo.
Bê ijos e abraços, conforme meu haikai
Um beijo na testa.
Laura Barreto