A pureza e a fome do perdão.
Sob o céu do cerrado, onde o horizonte é mais verdadeiro, me situo. Sítio. Tem um quê de meu aqui, tem algo que me diz da minha verdade, das minhas escolhas, dos meus desejos, estando eles pertolonge ou longeperto. Na casa que é muito minha, por paixão completa, por pai-chão completo, respiro. Clara está com fome. Com 5 meses e meio, encontra um jeito de se comunicar não só com a mãe, desde cedo me conhece. Sou irmão do pai dela, sou irmão da mãe dela, sou tio mais velho, gasto de amor e de saudades. Clara me fala da fonte da juventude. Clara me fala da fome da juventude. Clara é generosa, sabe que Beatriz não está nos meus braços agora, que as notícias que chegam são sempre suadas, molhadas das tantas correntes torrentes que passam por nós, e decide doar-se de amor, pra mim, pelo tempo do sempreagora, enquanto estiver em meus braços. A fome da vida pede que esse tio dê mamadeira pra ela. Depois da mamadeira, dançamos suavemente pela sala, embalamos um ao outro, enq...