Mundo redondo, quarteirão quadrado
Ela pergunta sobre mim. Quer notícias. Que eu esteja bem, que me saiba bem, que me saiba.
Saio de mim. Olho pra mim e me vejo. Quero dizer a Ela o que sinto, o que sei, o que estou, pra que Ela fique tranquila, continue com seu sorriso engraçado, seu jeito sério de olhar compenetrada.
Ela teve alguns percalços. Viagens, partidas, chegadas, retornos, encontros e desencontros.
Não acha que falar comigo vai adiantar, não acha que falar, muitas vezes, adianta. Ela sabe da resignação. Entende o meio como caminho, entende o meio como estado, entende a não perenidade das coisas todas.
Ela sabe conjugar.
Se preocupa comigo, quer que eu esteja bem, que me saiba bem, que eu me saiba. Saibê.
Eu, que posso dizer pouco a Ela, encontro palavras: angústia, esperança, desejo. Asfalto, vento, sombra, sol, sal, suor. Sentido. Ritmo. Crença.
E a vida cheia de esquinas pra dobrar e redobrar...
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