Rotunda branca
E com o brilho no olhar habitual, a menina me contou em tom de confidência o que ele havia dito pra ela, no dia em que se conheceram...:
-Eu já quase te amo!
Fiquei pensando sobre isso. Sobre se, quantas vezes pude dizer eu já quase te amo...
Bem verdade que eu já disse eu te amo.
Poucas vezes. Alguma sem sentir. Outras, deixei de dizer.
Amar é instante. É sempre, é infinito. Como tudo, não morre, transmuta. Para mais e para menos. Para um lado, para outro, para-quedas, para-raio. Pára tudo. Slow motion do existir.
São interessantes, as confissões sem medo, sem sentido, sem pudor. São boas as que representam confiança, entrega. Entregar-se é um ato de amor. Entregar-se é o primeiro ato de amar. Até quando a coxia?, até quando aguardar nos camarins de luz apagada, ao som da platéia que entra no teatro?
Ouso ouvir o segundo sinal, enquanto o lápis de olho é colocado sobre a mesa e o espelho me fita inclemente, dizendo do tempo, da escola, da luta da vida, da sombra e da luz.
- Eu também já quase te amo.
*na foto do pula-pula, a brincadeira infantil que não tem tempo nem hora e que me fez lembrar de quem gosta desse brinquedo...
Comentários
Saudades, amigo!
Abração
Adorei vc de asas.
Bjos.
Grato pelos comentários.
:)