Há espera em toda paterninade. Há saudades indizíveis. Paradoxais sentimentos, urdidos ou ardidos pela nossa imaterna circunstância, estapafúrdia. Vivo me remendando, a duras penas. Crítico cruel de mim mesmo, não dou tréguas para minha inaptidão. Quero ser cada vez mais sensível, terno, cuidadoso, carinhoso, precisando demonstrar que o ser paterno marca a cisão, alude o mundo e seus perigos, incita ao voo para fora do ninho. Minto. Quero-as aninhadas, comigo, aprendendo a cozer a rotina no cotidiano sem graça da vida comum. Com duas, com minhas três. Firo-me na falta. Hoje, deitado do lado, vendo a mais nova ouvir estória antes de dormir, luo-me. Os japoneses tem uma coisa bonitinha demais: colocam "chan" (lê-se [tchan]) depois do nome, ao citar a criança, para demonstrar que estamos nos referindo à filha pequenina. Maria-chan. Maria-chan sentadinha no travesseiro de perninhas abertas, para que a mãe pousasse a cabeça no mesmo travesseiro, um quase colo deitada na cama, co...
Comentários
"nem que o espelho queira lhe mostrar o que leh fere" - falou comigo?
"em compassada passada rumo ao saber sem limite, tomada sua estrada, não titubeie, grite!" - FALOU COMIGO???
AMOOOO
bjos
Mas não foi pra você não. Se a carapuça servir...
Bê ijo!
" Só se ultrapassa o que corre nas veias se dixar de lado a razão."
" Ainda que o espelho lhe mostre, o que lhe fere"
" Não titubeie, grite" Nossa que lindo!
Para quem é endereçado? Conte para nós! Sei que em várias cabeças caberá a carapuça, mas o destino à apenas uma, afinal e assim que começa o texto "á" Beijim...
Se a sua poetisa esta em busca do "saber sem limite", o caminho deve ser no minimo tão arduo quanto o da fotografia acima.
Para anima-la, pensei em algumas sugestões, escolhidas dentre meus gritos preferidos:
- Yalla! = "Vamos la!", "Para frente é que se vai!", expressão preferida da irmã Emmanuelle, que durante seus quase cem anos de vida lutou incansavelmente para melhorar o mundo;
- Gambatte!, em bom japonês: "Persistência!", "Segura firme, mermão!";
- Chaud devant!, inicialmente, grito dos garçons franceses para abrir caminho ao carregarem bandejas com pratos fumegantes, cujo uso hoje se generalizou;
- Sai da frente que atras vem gente!, bem nosso.
- Manhêêê!, atemporal e sempre eficaz.
Agora, se ela é mesmo preguiçosa, creio que vai preferir este aqui:
- Benhêêê! , seguido de um invariavel "Faz um favorzinho pra mim?".
Mais firme, forte e batalhadora não há. Sem falar que pra falar com o marido ela não grita, fala bem mais baixo. Ela é danada... ;)
Obrigado pelos comentários!