Há espera em toda paterninade. Há saudades indizíveis. Paradoxais sentimentos, urdidos ou ardidos pela nossa imaterna circunstância, estapafúrdia. Vivo me remendando, a duras penas. Crítico cruel de mim mesmo, não dou tréguas para minha inaptidão. Quero ser cada vez mais sensível, terno, cuidadoso, carinhoso, precisando demonstrar que o ser paterno marca a cisão, alude o mundo e seus perigos, incita ao voo para fora do ninho. Minto. Quero-as aninhadas, comigo, aprendendo a cozer a rotina no cotidiano sem graça da vida comum. Com duas, com minhas três. Firo-me na falta. Hoje, deitado do lado, vendo a mais nova ouvir estória antes de dormir, luo-me. Os japoneses tem uma coisa bonitinha demais: colocam "chan" (lê-se [tchan]) depois do nome, ao citar a criança, para demonstrar que estamos nos referindo à filha pequenina. Maria-chan. Maria-chan sentadinha no travesseiro de perninhas abertas, para que a mãe pousasse a cabeça no mesmo travesseiro, um quase colo deitada na cama, co...
Comentários
E para o autor, beijos, que lindo!
C.D.G
Obrigado, minha caríssima. Que bom que você comentou.
São oito versos, quando se chega ao fim, na verdade se esta recomeçando...
Se lesse seu poema, aquele nosso velho amigo, alquimista das palavras como você, provavelmente lhe proporia interpreta-las com estas frases, super repetidas e nada gastas, em meio a um sorriso matreiro:
"é verdade, certo e muito verdadeiro:
o que esta em baixo é como o que esta em cima,
e o que esta em cima é como o que esta em baixo, para realizar os milagres de uma unica coisa".
E se esse nosso amigo visse as ilustrações do seu blog, esse desenho de bicho-roda-gigante ai de cima, depois da lua e do sol, ele certamente lhe escreveria um post meio assim, do jeitão hermético dele:
"O Sol é o pai, a Lua é a mãe, o Vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua nutriz e receptaculo".
São oito versos. E la vamos nOs, para mais uma volta na roda gigante deste nosso mundão.
Grande Bê!
Bê ijos!
abstrato ou palpável
seja como for
AMOR
seja como for, amor