Eles se conheceram assim. Correndo. E ouviram a música que corre em suas veias. Ele, um iniciante nas corridas, ela, uma veterana. Ele decidiu fazer uma maratona. E pediu a ela que o encontrasse no km 30. Ela, sonhadora, amorosa, entendeu que aquela corrida era a alegoria de sua vida, o exemplo de seu sonho, o desenho de seu coração, a imagem dos seus desejos mais profundos. E fez isso: no km 30, ela estava lá. Ele achava que estava em ótima forma. Ela achava que ele já estava delirando. Na verdade era ela que o movia. O combustível, o amor, a cada passo, a cada verso, pulmão cheio. Inspiração. Era ela, passo a passo, noite e dia, razão e emoção, vida e morte, compreensão. Era ela, resultado, desafio, união, paradigma, noção. Era ela, só podia ser ela. Foi quando seu coração deu o grito. E do fundo, bem do fundo do ser, do não ser, do indizível, ele disse, simplesmente: quer casar comigo? - foi no km 32. Ela ainda achou que ele estava delirando... Mas a adrenalina passou. A linha de c