Máquina do Tempo
Quem disse que não há? O Minas Tênis Clube tem o cheiro do meu avô. Entro pela portaria de baixo e, toda vez, tenho a impressão que vou encontrar uma piscininha de criança do meu lado esquerdo. Agora a piscina de criança e os brinquedos ficam do lado direito. Mas a construção onde fica o imponente Relógio do Minas - tem que ser com letra maiúscula - permanece. E me transporta ao princípio da década de 80, quando minha mãe parava o carro na frente da portaria da rua da Bahia e pedia: - Meu filho, vai lá buscar o vovô. Foram poucas vezes. Mas era interessante entrar no restaurante, chegar até aquela mesa cheia de velhos (na minha cabeça, à época) e chamá-lo, sem nunca deixar de ser apresentado por ele aos seus colegas de copo, sócios também remidos, senhores de outra época, cavalheiros como os que existiam na época em que o cavalheirismo era coisa de homem com agá. - Ô, bacanão! - dizia meu avô toda vez que encontrava um neto. Eu tinha medo dele. Na vedade, tinha também ciúmes. Eu era u