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O título pode ser "Curto House". Ou "House Curto"

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House (enfático): - Se não está feliz do avião, pule! A vida é perigosa, complicada... E a queda é grande. Paciente (assustado): - Você tem medo de mudar? House : - Você é que tem. Prefere imaginar que pode escapar em vez de tentar. Porque, se falhar, não terá nada. Então desiste de algo real e se agarra à esperança. O problema é que a esperança é para os covardes... Poderia acrescentar a esta pinçada que fiz na quarta temporada da série de TV House, um pensamento de David Hume: "O hábito pode nos levar a crenças e expectativas,  mas não ao conhecimento,  e menos ainda à compreensão das relações legítimas." Ou algo de Sêneca: "Pelo fogo se prova o ouro; pela adversidade, os fortes." É bom perceber que um bem cultural de massa pode ser interessante, inteligente, instigante.  A Sociedade do Espetáculo , como bem cunhou o pensador Guy Debord, tem surpresas interessantes pra quem souber selecionar. Dominique Wolton - outro pensador da Comunicação - em seu

Três pontinhos

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Posso passar horas aqui escrevendo. Posso passar dias.  Mas não quero.  Quero simplesmente falar o que ouço. Talvez não haja nada legitimamente novo ou original a ser dito, que precise ser garimpado dos recônditos de minha alma, de meu verso, de meu verbo. Novamente vem aquela passagem bíblica... " e o verbo se fez homem e habitou entre nós " (JOÃO 1:14). Acho sinceramente isso extremamente bonito. Não quero convencer ninguém disso, ou fazer apologia à poesia bíblica ou à poesia de fé, mas é preciso ser dito.  Talvez porque já ouvi... Ou isso seria original? Quis muito te encontrar, pra dizer de meus medos, agonias, fantasias, mas me encontrei. E finalmente disperso em pensamentos que, acho eu, me farão prolixo demais pra um encontro, outro encontro, novo encontro, seja ele de que natureza for... Detesto colocar três pontinhos em textos. Fico pensando que esse é um artifício manjado, utilizado pelos fracos, pra entregar a outros a responsabilidade pela construção da históri

Miserinha

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Entrei na igreja.  Fiz valer minha fé. Curei enfermos, impus a paz, renasci melhor.  Renovado.  Renoivado. Apaixonado pela vida, em consonância com O som - se é que essa alegoria é possível. Broto que rompe a semente, broto que rompe, casulo rasgado - nesga de sol. Deito sem compromisso e me ponho a velejar, meu barco imaginário brincante das águas possíveis: Miserinha do Mar é seu nome. Sobe e desce. Desliza fácil por sobre as cristas, corte de navalha que não fere nunca, só escreve letras gigantes no mar. Suas curvas, perfeitas. Seu traço é firme. Seu barulho inconfundível. É Miserinha do Mar a cortar o vento, faca quente no pote de manteiga. Meu pão se fecha. Dou uma mordida no corpo de Cristo, bebo o vinho, faço sinal da cruz, me abençôo e meus familiares... Vão com Deus, gente!

No vê-lo

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Novelo. Alegoria mítica, instrumento usado por Teseu para achar o caminho de volta no/do labirinto do Minotauro.  Instrumento?  Talvez eu devesse usar a palavra dispositivo , ao invés de instrumento.  Nas minhas associações semióticas sem compromisso, vejo o novelo como dispositivo , lembro do termo decisivo na estrutura do pensamento do Foucault:  " Conjunto de resoluções heterogêneas que compõe o discurso, as instituições, instalações arquitetônicas, decisões regulamentares, leis, medidas administrativas, anúncios científicos, proposições filosóficas, morais, filantrópicas... em resumo, tanto o dito quanto o não dito: eis os elementos do dispositivo . É uma rede que se estabelece entre elementos e tem uma função estratégica dominante. É uma manipulação de forças, invenção racional, sempre inscrito no jogo de poder. " ( retirado dos meus estudos revisados por minha professora de francês do texto Qu`est-ce qu`un dispositif? ) Interessante... e paradoxal! Como uma imagem tão c

No cantinho

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As cores despertam na praia. Se rendem ao sol, todo poderoso. Há sombras, há tonalidades, matizes que brincam com minha percepção. A areia que queima o pé me faz lembrar o sorriso menino de uma menina. De hábitos diurnos, é também dourada. Se apresenta e se esconde. Ela venta. Sopra encantos possíveis na minha natureza já explorada. Pouco deve haver em mim a desbravar. Mas o vento é criança. Pega no pé do inconcebível e atravessa as fronteiras do estipulado.  Fui pêgo. Na gaiolinha de bambu, frágil, poética, ouço o estalar seco de seus finos arames de pau. Rangem ao meu movimento. Parecem dispostos a partir, a romper a um sinal. Mas não quero. Quero esperar o jiló. Quero o banho na vasilhinha que tem lôdo no cantinho. Quero sentar meus sonhos no puleiro do alto e descobrir em qual prego a gaiola vai se pôr.

Mais uma sobre o amor

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Amor tem isso. Tem aquilo. Você sabe... Tem jeito novo de ser, maneira estranha de pensar, tem um pouco de sobreviver.  Amor tem dessas coisas.  Não é blindado, não é terno, não é feio nem bonito. É reflexo, é vermelho. Está nas coisas e cala.

Mar Verde

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Ela olha, tenta descobrir. Revelar o que lhe parece possível. Olhos distantes, fixos. Morde os lábios involuntariamente e acredita estar chegando a algum lugar. Brincos pequenos, biquini marrom, laranja, amarelo e branco. Discreto também. Discreto e "contido". Ela está bem. Observa o mar e encontra sentido em seu rabo de cavalo, em seu foco, em suas dúvidas simples de jovem mulher.  Seu namorado é sério. Gosta dela. Exprime sua rebeldia em cores vivas em seus dois braços fortes.  Ela sabe de sua sensibilidade e atravessa o mar de mãos dadas a ele. Para ela não é difícil nadar. Para ele é extenuante. Mas ele acredita. E faz do ofício seu modus vivendi .  Ela é caprichosa. E vai cuidar pra que não afoguem nunca. Nem quando o mar parecer salgado demais, a água estiver gelada demais, o sol presente demais, tudo. Tudo desse jeito doido de ser. Ela já cuida dele.  E experimenta a cerveja gelada de seu copo pra dizer que sabe compartilhar.