Fazer Mestrado em Comunicação tem me deixado bem perplexo. Procurei uma palavra e achei: "perplexo". É uma boa palavra. Acho que ela casa bem com essa pseudo-introdução... Quero ler Gilles Lipovetsky. Quero lê-lo e não achar que a publicidade é sem sentido, sem motivo, sem razão. Quero dar sentido à minha vida publicitária enferma. A "sociedade do hiperconsumo" - como ele diz - deveria ler Nilton Bonder. O líder espiritual rabino Bonder, sabe que ser também é ter... Olha o rabino aí: " Não só a carência física dará valor às coisas do mundo, mas também as carências emocionais, intelecturais e espirituais. As prioridades e as limitações da existência terão grande impacto sobre essas decisões do ter e do não ter. É na profundidade e precisão destas valorações que se manifestará a qualidade da experiência de 'ser ' ". Mas valor? Aiaiai. Estão pedindo demais de mim. Estão pedindo demais do outro. Quem falou que somos capazes de estabelecer Valor? Arn...
Faço aulas de francês. Gosto muito. Comecei a fazer as aulas antes de entrar no mestrado porque sabia, de um modo ou de outro, que meu trabalho de mestrado ia passar pela França, só não sabia como. Intuí. Cíntia, minha professora, cabelos curtos, olhos atentos, mente aberta, simpatia em pessoa, é culta. E gosta do que faz. É interessada, procura coisas que se parecem com os alunos para enriquecer suas aulas, faz por onde, faz por merecer. Atualmente, minhas aulas têm sido às quartas, de sete às nove da manhã. Hoje, propus uma coisa talvez interessante, talvez diferente, talvez rica, talvez minha para minha amiga professora Cíntia: fazer a aula de quarta-feira que vem, de 5:30 às 7:30 da manhã, aproximadamente. Sim. Vou pegar minha amiga Cíntia e subir uma montanha próxima a Belo Horizonte, na saída para o Rio de Janeiro, para ver o sol nascer fazendo um piquenique. Cíntia topou na hora. Em plena quarta-feira, dia de trabalho comum, normal, dia como outro qualquer. Sim. Há mais ou menos...
O deserto não mede esforços para ser ele mesmo. Seco, árido, arenoso, perene. O deserto brinca com as horas. Machuca o tempo, fá-lo dobrar. Nas dobras do tempo, a areia assa, faz dodói. É sua vingança por ser aprisionado nas ampulhetas dos homens. Escorre deserto, sonha praia, securas. O bramido do urso perde a força ao subir e descer as dunas. Assim como suas pegadas, se apega e se apaga com o Vento. Os fractais areentos brilham quando vistos de perto. De longe, miragens. As garras do urso não fazem frente ao deserto. A areia escorre entre seus dedos, seja um carinho, seja uma patada. O urso não consegue morder o deserto. Nem amá-lo. O deserto é lindo na foto, tem nuances, contrastes. O urso é fofo na foto, sua pelagem macia e fofinha. O deserto parece não acolher o urso. Por mais que tente, o urso não consegue mergulhar no deserto. Parece que o deserto ama o sol que reflete. Sem o sol, o deserto é gelado. Somente a chuva consegue unir o urso ao deserto. Semente quando est...
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