Para João me abençoar


desejo o mesmo 
desejo mais 
desejo tudo que a palavra mandar.
assim como me dói o lá no meio da palavra
me dói o se no meio do desejo
e se não for no meio para o meio 
que borda seja a praia, sua chegada
que quando chegue o medo, eu pule n'água 
e no mergulho, molhado, a terceira margem

Comentários

Branca disse…
"Se" eu deixar de "desejar"
deixarei de existir

"Desejo o mesmo
desejo mais
desejo tudo que a palavra mandar"

O desejo dói

eu desejo ser poeta assim como vc.

Bravo!!!


bjos
30 de maio de 2009 às 18:38
Bernardo Sant Anna disse…
Leia João (Guimarães Rosa), Branca. É uma experiência estética e estésica única.
Mas faça como minha prima Rachel falou: - "Olha não se preocupe, comece a ler o Grande Sertão:Veredas sem medo. Não se preocupe em entender nada. Não pare. Lá pela página 25 você vai entender o que eu digo..."
E foi assim. Quando chegou lá pela página 25, quando olhei em volta, eu estava no meio do ser tão, cavalgando ao lado de Guimarães, Diadorim e Riobaldo...
31 de maio de 2009 às 11:09
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