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http://www.youtube.com/watch?v=Y4MnpzG5Sqc

O Tempo e as Asas

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as asas do tempo se abrem. querem voar, querem bater,  planar longe do estar. as asas do tempo vastas,  as asas do tempo amplas, distantetensas, lembranças tácitas, húmidas, túrgidas. as asas do tempo brotam nas costas do menino. as penas do mundo nas asas do tempo. as penas do humano, o insano, o pequenino. são dores de nascimento, as asas que brotam, que rompem a pele nos olhos das costas, que rasgam e crescem, avolumam-se destino e o peso das asas, as asas do tempo, o tempo das asas e o vento... vento que sopra, asas do tempo, distância e ânsia, as asas do tempo. são brancas, são leite, vermelhas, são sangue. são do meu tamanho as asas do tempo. o voo que anuncio,  o mar da distância vai ser o caminho das asas do tempo. o trigo, o pão, a água, a carne... o sal do meu corpo, nas asas do tempo, temperam a espera do hoje do amor: um dia é presente, um dia que chega, um diadestino de comemorar. as asa

O Arco-íris da Lua

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20km/h. A estrada da Matinha está escura. A lua ainda não nasceu, a noite sim, e passo bem devagar pra sentir seu cheiro e seu breu. Fui antes da lua, fiquei com medo que aparecesse e fizesse o que fez comigo essa semana. Ouvindo meu pai tocar acordeón, pensei nas ausências ali tão presentes, pensei nos presentes da vida, nos que comprei, nos que ganhei. Nos de grego, eu, troiano, aceitando, de coração. O coração é uma espécie de baú da gente. A estrada da Matinha está escura e não ligo o rádio. Ainda ouço Marcela cantando El Dia Que Me Quieras . Ainda lembro o que pensei quando ouvi Marcela cantando El Dia Que Me Quieras . Transe. A música me tomando a alma, começo a meditar. Começo a me ditar. A música, a alma, a voz, o acordeón, a língua, os sentidos, as respirações em volta, o nada entre as respirações, o tudo no nada. O corpo relaxado, o sentido desperto, a razão se vai, a consciência... De repente, a rede amarela pesa com o tranco: é você sentando em meu colo

Sobre mulheres e marcas

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Cada uma a seu jeito, algumas marcaram. Me marcaram, marcaram rumo, caminho, mundo, destino, desatino, medida, mesmo que desmedida de ser. São elas, as mulheres, que fazem do dia de hoje um dia igual ao de ontem: um dia mais cheiroso e gostoso. Claro, porque... o que seria do mundo sem as mulheres? Certamente, menos dramático, menos intenso, menos tagarela, menos fricotento, menos fresco, menos chato, menos irracional, menos conflituoso, menos surpreendente. E também menos colorido, perfumado, lindo, sedutor, mágico, suave, amoroso, zeloso, delicado, sexy, erótico, forte e transformador. O mundo sem as mulheres não dá. Numa boa, não dá mesmo. Mesmo de burca, conseguem encher o mundo de charme. Porque, por mais que tenhamos dificuldades em entendê-las, são elas que nos movem, a verdade é essa. Por um motivo ou outro, elas são o nosso verdadeiro motivo. E encantam. A mala, a lama e a alma: foram as mulheres que me marcaram, cada uma por uma razão, ou falta dela. Talvez a

As sépalas da guajava

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a goiabeira da flor dá goiabeira, dá flor, dá vento de qualquer maneira, dá pro meu amor a noite inteira e adormece. a goiabeira da flor dá goiabeira, beira da borda, da margem, Davi da vida, videira, e os cachos de dedenrolar. a flor que venta dos cachos, as uvas do vento, o sinal, o tempo das ilhas no mar, mar austral, que brinca de atravessar, seu farol. é doce a flor de goiaba é dúvida a uva, é luz que conduz, estrada da lua no mar. é só seguir, navegando, sentindo as ondas, a mando. o papel, o lápis, e os tantos desejos molhados, que brincam na areia do ser. (para a ilha que tem uma goiabeira em flor, lá no sul do Brasil) *imagem de flor de goiabeira de sonia brandão capturada na internet para ilustrar o poema

Sobre Janelas e Penas

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O menino do adulto fechou a porta. Mas deixou a janela aberta. Quer que o passarinho atravesse a expectativa do tempo, e voe quarto a disparar o coração dos sentidos. Ele ali. Menino, adulto, menino. Olhando coração na boca, enquanto o passarinho se debate parede, ofega batente da porta, a questionar os sentidos. Não sabe se voa, não sabe se lançar pela janela, não sabe se a janela é pequena demais pro tamanho do mundo. Que aguarda. Não, o menino não voa. Dizia do passarinho. O passarinho menino é adulto, a janelar esse mundo. A porta fechada do ser, adulteia o voo do menino, à espera do gato, que do muro da noite reclama as penas do mundo.

o que são três pontinhos no cantinho do quarto

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ela demorar no banho ser vidrada em cotonete abraçar o meu tamanho que menor, um desperdício despedir-se num sorriso encontrar o que preciso me presentear com o sonho do meu beijo em sua boca despir-se num sorriso ser preciso que preciso puxar o cabelo da vida pra não morrer mais à noite porque desfeito porque defeito porque não feito conciso algo mais do que o destino tudo que eu necessito ela escolher o chá saber tudo da viagem viajar e retornar e cuidar porque bagagem disparar o coração na dança, envolvimento no passo do nosso encontro o choro desse momento pão preto, queijo de cabra cerveja gelada e risada encontro minha jornada do lado aquela porta atravesso e do avesso fiz-me tudo para tudo morto vivo, sou escudo pra tudo que desconheço sou só, velejar nesse mar que o amor soube mostrar e que profundo sem luz sinto a presença dos peixes peixões, paixões se misturam gritar na água é só bolhas de onde respiro o ar? pra onde devo nadar? afogado na lembrança de estar, de convi