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Pra mim, chega.

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Ela ligou e ele atendeu. Estava pensando em comer um hambúrguer. Ia passar no supermercado gourmet e comprar alguns ingredientes. Alface, hambúrguer feito com carne especial, ovo caipira, pão com gergelim, queijo, presunto. Bacon não, decidimos pelo presunto pra ficar um pouco mais light...  Uma cerveja especial pra agradar, surpresa de quem quer ser notada. Uma segunda-feira com gosto de quinta. Mais ou menos esse o objetivo.  Tudo pronto, tudo lindo, tudo arrumado na bancada da cozinha.  Quando o sandwich estava pronto, pronto: ele pensou em postar a foto daquele lindo sanduba no Instagram. Daí, quando armou o celular pra clicar, um clique: pra quê mesmo eu estou fazendo isso?  Com quem mesmo eu quero COMPARTILHAR? Tenho uns 550 seguidores no Instagram. Tenho mais uns 150 pedidos pra me seguir no Instagram.  Curioso que não convidei nenhuma das 700 pessoas relacionadas para estar em minha casa comendo aquele sanduba. Simplesmente especial, simplesmente

Di cadê leitura?

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Vou contar um caso. O exemplar exemplar de Grande Sertão: Veredas, edição de aniversário, ficou em cima do meu Baú de Sonhos Realizáveis na sala da minha casa por quase dois anos. Sim. Tenho um baú de sonhos realizáveis. E um molho de chaves, na mesma sala. Nele, não conte a ninguém, tem a chave desse baú. E a chave do Universo. E mais duas outras chaves. Uma abre meu cofre vazio. Nessa sala, uma estante de livros, um oratório que fiz solzinho, flores. Nessala exala meu gosto pelo simplesmentemeu. E de quem quiser chegar, mas com respeito. Nessala, entre chaves mágicas, ora tô rio, oratório, leio. Mar. E me em canto com os livros. De filosofia a gastronominha. Nossos sabores e os sabores do mundo que não cabem nessala. Um dia, depois de tanto passar do lado desse livro mistério, abri o Grande Sertão: Veredas pra nunca mais fechar. É um livro tão mágico, que ele só abre. Abre tanto, que quando a capa encosta na contra capa, forma um círculo de páginas infinitas. E causos

Sobre fidelidade, verdade e hábito.

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Acho que André Compte-Sponville foi extremamente sábio ao digerir: " A fidelidade é a virtude do mesmo, pela qual o mesmo existe ou resiste. " Na verdade, resumiu com maestria o que está em Montaigne et la philosophie: " O fundamento de meu ser e de minha identidade é puramente moral: ele está na fidelidade à fé que jurei a mim mesmo. Não sou realmente o mesmo de ontem; sou o mesmo unicamente porque eu me confesso o mesmo, porque assumo um certo passado como sendo meu, e porque pretendo, no futuro, reconhecer meu compromisso presente como sempre meu ." Fato é, que fiel é uma palavra muito próxima de fel. A letra i, de indivíduo, é o que faz toda a diferença. Assim, o conceito genérico depende do indivíduo para se fazer tangenciável, possível, real. É como o conceito de verdade. Por mais lindo que seja, independente das inúmeras tentativas de se chegar a um enunciado que abarque mais completamente eou sucintamente esta magistral abstração, verdade, como a

É logo ali.

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*imagem search google "olinda" – É logo ali, tem paciência que já tá chegando. disse o namorado resiliente... Pudera, ela arma um bico toda vez que não tem controle da situação. Se não fosse resiliente, já tinha chutado o balde. Saíram cedo. Foram almoçar em Ouro Preto. Ela emburrada e ele tentando colocar uma cereja em cima da torta-do-cotidiano. É assim. Às vezes, a gente tem que fazer do limão uma limonada. Nem sempre conseguimos agradar. Mas o jeito de olhar faz o dia-a-dia mudar sua cara. E existem alguns artifícios simples que podem fazer da tentativa de respiro, verdadeira inspiração, em seu sentido mais poético. Por que almoçar todo sábado no self-service-pra-não-dar-trabalho, se é possível inovar um tiquinho? Ouro Preto tá ali, pra quem mora em BH. Petrópolis tá ali, pra quem mora no Rio. Olinda tá ali, pra quem mora em Recife, e por aí vai. Ou por aí podemos ir. Uma olhadinha no amigo google ou uma dica do colega de trabalho pode fazer a diferença quando s

Uma pincelada sobre mitos e verdades no Caminho.

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Mito ou Verdade? Existem muitos mitos e verdades acerca do Caminho de Santiago. E isso certamente daria pano não para um post, mas para um livro. É, sem dúvida, uma curiosidade recorrente. Principalmente para quem quer fazer o Caminho ou se sente de algum modo atraído por ele. Elenco aqui, alguns pontos que considero importantes, cinco somente, a pedido da minha amiga Ana Crepaldi – para um grupo que tem muita gente disposta a fazer do seu caminho, Um Caminho. O Caminho de Santiago é um caminho místico religioso. – Verdade. Mas para isso, é importante estar aberto. Vale conhecer a música “Lente do Amor”, de Gilberto Gil, que é uma boa pista para sintonizar essa experiência. Muita gente faz o Caminho sem ter uma única experiência mística / religiosa. Por quê? Porque não está aberto. Existe uma lei do universo conhecida que diz: “Aquilo que você procura também o está procurando.” Para isso, existe um modo mais fácil. Caminhar em silêncio, ouvir a natureza, meditar ou r

Dia dos pais, por Bê Sant'Anna

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Veja só: dia dos Pais, pra nós, agora tem outro nome: Dia dos Paz. É o rumo que tomamos, no Caminho escolhido por nós. Veja só. Eu, filho, estou em paz com meu pai. Meu pai, pai, está em paz com s-eu filho. Eu, pai, tenho SALdades da minha filha. Meu pai, avô, sente saudades da neta que não vê há quase um ano. Veja só: quando viu, não pode pegá-la, não pode levar na pracinha, não pode levar no quartinho preparado pra ela em sua casa. Ele "aceitou" as restrições impostas (só no hall do prédio que há guarita) para que pudesse vê-la, pra matar um pouco da vontade de tê-la em seus braços, avô carinhoso que tocava piano pra ela, ela em seu colo, quando ia pro sítio.  -Saudade, minha filha. A vida me dá, eu dôo. Re-parto. E ponto. E passo. Só tenho SALdades de ti. Saudades não. Saudade é pra quem não foi forjado escamas na pele do sol, frio, Vento, neve, asfalto, tempo. Tem gente que não entende. Ou faz que não entende. Ou prefere fingir que não entende porque fica

Dia dos pais, por Beatriz.

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Dia dos pais. Pai, que saudade. Há praticamente 10 meses não nos encontramos. Precisamos nos ver. É uma pena que tenho só dois anos e meio e ainda não tenho como expressar essa vontade. Nem pra minha mãe, que me guarda em Al-Raçif. Eu ainda nem sei escrever... fico pensando se os pais que estão do lado dos seus filhos têm esse seu jeito carinhoso e a vontade que você tem de me pegar no colo. Sabe, pai, o colo é o ninho da gente. Lembro quando me sentei em seu colo e tomei pela primeira vez na vida Açaí. Você não viu a primeira vez que falei. Não viu a primeira vez que fiquei sozinha em pé, não viu a primeira vez que dei o meu primeiro passo. Não viu tanta coisa... Mas a gente tem essa história pra contar. Açaí é uma das pontes que a gente tem. Agora, toda vez que você toma açaí, tenho certeza, você me encontra sabor no fundo do pote do desejo de estar juntinho. Quantos pais estão pertinho e se esquecem de estabelecer suas pontes? A vida é ponte, pai. Cabe a nós desatar nós e es