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Haikai da contemporaneidade 2

O mundo é undo.

Também

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rudepenatristeluto, enganorixaholocaustopranto. rasgadofétidoensimesmadodolorido, ossoríspidoenlouquecidoantigo, brutomagoadorevoltadoaflito. lânguidadinâmicaestruturadainteira, absolutalógicaracionalgarrida. chorosa. belicoso. mágicoinesperadoastutoaudaz, básicosimplescongruenteeloquente. tenaz. amável. e os dias e as pessoas, assim assim.

chiliquinho de menina

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Deitado na cama da filha com os pés encolhidos. Abraça-a como pode, ela não está lá. Sente o cheiro da roupa de cama lavada, que nunca foi usada, estendido lençol, que gatinhos rosas. Bonequinha preta, bonequinha bege, bonequinha sentada, de brinco, de pano. O travesseiro do engano. Deitado, encolhido, castrado, ferido, opta por ser objeto do quarto, decoração que adorna, no canto. Ilustração que ganha vida, da parede olha com olhos de "o que você está fazendo aqui?" Giz de cera verde, giz de cera bonino, o bom menino amanhece nos braços do coelhinho de travesseiro. Olhos de botão, cruz de lã, é novelo que fia a confiança de saber do Caminho. Segue ela no labirinto! - diz o elfo do quarto, Desenrola a lã pra ela, que ela é pequenina! , sabe o tudo. No porquinho de moedas, o cofrinho que guarda os ensinamentos da provisão. Pro visão do futuro, pra visão do maduro, pra visão de vê-la entrando e se medindo na régua do tempo, que o Amor deixou de presente. Pres

Haikai da temperança

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A tempestade vem com o vento e me leva a mando

A mil passos das mãos

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Ontem, teve uma experiencia nova: andou de mãos dadas. Há muito não fazia isso, tinha se esquecido do que era o toque, o tato, o teto. O tudo. O onde, quando as mãos se abraçam gentilmente, a suavidade, o encaixe, o enlace. Envolvem-se os dedos da alma, o perfume da calma, o gosto gostoso do suspiro teimoso, que vem. Lambida da pele. Lamento do espaço. Nó do homem, regaço. Amanheceu sentidos durante 5 passos. - Liberte-se! - disse. Se dedos, penas, as asas dadas. Voe vento de bater de asas, que meu compr-omisso é como insistir. As unhas do tempo crescem, sem lhe machucar os dias.

Não se deve comer torresmo todos os dias.

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Queria escrever algo marcante. Ser interessante, inteligente, ousado, perspicaz. Afinal, é a primeira postagem de 2012. Na verdade, não tenho muito a dizer. Só que, partindo do pressuposto que passado simplesmente não existe e que futuro é uma construção psíquica, tenho que ser feliz hoje. Hoje, vai ser mais difícil. Hoje não vi minha filha. Não senti seu cheiro, não a vi curiosa com meu colar, em meu colo, não olhei em seus olhos, emoldurados pelos cílios mais lindos do mundo, não vi seu olharzinho lânguido de mel, não ouvi seu suspirinho. Nem ao menos dei uma fungada de pai na sua nuquinha pra deixá-la com aflição da minha barba cosquenta. Também não amei loucamente, não fiz um sexo enlouquecido de alegria sem hora pra acabar, não não vi meu objeto de desejo, não dei sequer uma gargalhada, não comi uma feijoada, não tomei uma cerveja com um amigo e brindei a nada interessante, não fiz uma boa ação de fato, não ouvi Gilberto Gil, não encontrei meu melhor amigo, não tive mome

Nude

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Naked. Acordei às sete e pouco. Pelado, puxei o macbook para o meu colo antes de acender a luz do quarto. Depois de ver que haviam comentários na folha de rosto do meu iphone. Pelado, abri o email e descobri que não há resposta para a vida. Só perguntas. Quais, enfim, devo fazer? Talvez o truque seja esse. QuAndo pergUntas peladas, deSejos dEspertos. Seja esperto. Esperto, me levanto. Pelado. Acordado, saio andando pela casa, depois de fazer xixi, vou deixar pra escovar os meus dentes depois do café. Estou sozinho mesmo... Entro pelado na cozinha e vejo a máquina de fazer pão. Comprei com vontade de fazer do meu café da manhã mais um ato de amor. E, de certo modo, fiz. Os ingredientes pelados que coloquei ontem à noite, depois que cheguei da casa da minha professora de francês, que fez aniversário, viraram pão. E ele está ainda morno. Morno e pelado como eu. Morno e pelado, como eu. Antes, faço um café. Com o pó de café que veio do sítio do meu pai. Os dez pézinh