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Cicatriz

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Sentado no chão do box, observo a cicatriz do meu joelho direito enquanto a água quente, molhada, pinga pelo nariz, escorre pêlos colados. Não lembrava dela. Mas no exato momento que a vi, voltei no tempo, sentado depois da queda da Monark que me fez rolar ladeira abaixo, no asfalto, na ponta dos ossos, no grito, no choro de menino. A cicatriz ainda vermelha sangue e eu imaginando se isso ia sair um dia, se isso ia sumir um dia, como é que eu tinha caído daquele jeito e rolado junto com bicicleta e tudo nas ladeiras asfálticas do Santa Lúcia... Ela sumiu por muito tempo. Hoje, a vi no box, a vi na memória, a vi no tempo, num outro tempo que não volta mais. Nem ela volta mais. Não dói, não arde, não sangue, não some... Tá lá, em algum lugar do passado joelho, articulação sem sentido no hoje. Joelho bento, tempo água, lembrança sabonete. As cicatrizes infantis são meninas que crescem. São outra coisa.

good times

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Havia um tempo em que good times. Havia um times em que good era bom. A via, um tempo. Caminho que se percorre junto, durante, entretanto, apesar de, porque se acredita. Crê, mesmo, sabe, enfim. E mesmo que se saiba em fim, entende que se renova, nasce de novo, e que não importa se tem futuro. Tem agora. E agora é tudo que temos. Só. Sós. Pode ser que seja hora nova de good times. Pode ser que toda nova hora seja agora. Pode ser que eu espere, pode ser que eu esteja aqui agora, esperando. Esper-ando. E amando o good que existe no times que é só nosso, a independer do tempo, do bom, da espera. Estou aqui e agora. E chamo seu nome. Que onipresentemente responde: - vamos !

virol

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Deitei e me senti mal. Agora sei, o mundo dá voltas nele mesmo, às vezes a gente esquece. Em Santiago aprendi a fazer o mundo girar embaixo dos meus pés. Somos cavalo no mundo, nosso trote certo faz suar o pelo, faz domar a crina, faz sentir o vento. Dentro. Entro e sou mais feliz que láqui fora. Sou espora. Em mim, estrela que brilha e faz sangrar de paixão, de paixões. Os peixes todos em meu pensamento e não me preocupo em respirar debaixo d'água. São coloridos, gordos, cardumes, reluzem sol quando passam e tento acompanhar com os olhos da mente. Somente. Fazer amor com você abre o portal dos desejos, ensejos domados, damados, danados, cilhados. Bê ijo sua boca molhada e rachada. Chupo sabores. Olho nos olhos. E durmo amanhecendo um sonho de mãos dadas.

Presentes que caem do céu (ou chegam por email, tanto faz)

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Haikai do amor próprio

livre livro escuta: sal sol da palavra bruta

toda vítima tem escolha

O medo faz mais duas vítimas. A comunicação faz mais duas vítimas. A escolha faz mais duas vítimas. O passado faz mais duas vítimas. A saudade faz mais duas vítimas. O tempo faz mais duas vítimas. O nada faz mais duas vítimas.

nãoleiasenãoforchegar

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i magem não quero mais escrever nem fudendo saco essa coisa essa chatisse essa mesmisse essa monotonia esse jeito triste de cobrar de consumir de ir ao shopping de ser mineiro de desconfiar de pisar na bola de gostar de dizer que gosta de sentir sem que os outros sintam de ter pesadelo e acordar quase todo dia cinco horas da manhã puto porque as pessoas não suportam a verdade o querer o amor real e infinito o seu jeito de amar e pronto o cacete a quatro e tem outra que detesto ter que provar o tempo todo que meu coração é maior que essas coisas e que eu queria mesmo era estar interessado em outro tipo de coisa e partir pra sempre sem se preocupar com a parte partida que fica e tal e coisa até porque quando esse tipo de coisa tem que te preocupar é porque partir e não partir não interessa e se você for pensar nessa gente mesquinha que não sabe porra nenhuma do que está falando não sabe sequer o nome da coisa o que está por trás das coisas todas e o que vem pela frente até porque o passa