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mix e entrega

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Ontem vi. Hoje tiro os óculos. Peço ao tempo: - me sorri. E ele, seus mistérios. Na ponta da vida que sinto na ponta da língua, sabores, misturas, poemas de amores. No peito do largo defeito que sinto em mim, clamores. E meus ais dessalgados. Há mar, amor, há filtro solar. Há descobertas molhadas pra quem navega vermelho sangue, coração. Há paz possível nesse meio sentido de êxtase esperança, medo saudade, con-fusão sem-ti-mental... Há alguém que sonha recados e lhe conta no dia seguinte. Há Deus, pra sempre.

carcereiro dorminhoco

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Eu disse a Carla Vergara que havia deitado à tarde e sonhado. Tenho sonhado com palavras. Não sonho mais com pessoas, desde que tudo se foi. Hoje, no dia 18 de julho de 2010, terminei de ler Grande Sertão: Veredas, oficiosamente. Ofício de ler, reler, sonhar e ressonhar palavras. Curiosamante, palavras que tenho sonhado, Não sonho mais pessoas. Será que elas nunca mais vão me fazer sonhar? A cre dito a mor, a cre dito a mar, e a poesia é a única forma que encontrei hoje cedo de tudo, de tudo voltar. Chronos me aprisionou em seu sonho, ele sonha comigo. Kairos, meu amigo, acorda meu carcereiro. Mas ele volta a dormir. Dor mir e sonhar. Hoje, à tarde, sonhei com a palavra ADEUS. E, misteriosamante, só pude concebêr e a cor dar: A DEUS... na foto, o cruzeiro de Curralinho, despedindo-se do dia 02 de julho de 2010.

olhos nos olhos

poderia dizer tudo como posso dizer nada. entre nós, o pó da estrada. pode, ria, dizer tudo como posso dizer? nada em trenós, o pó da estrada poderia dizer: tudo como posso? dizer nada? entre nós, o pó da estrada... imagino-te olhando isso... lave os olhos antes de dormir... E o Rio de Janeiro continua lindo.

simplesmanteamente

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A sal dade temprana que tempera a idade quase sempre engana quem não tem maldade Ouso acreditar na falta do tempo que juntos não fomos por falta de espaço Sinto ter-te, aço pele e descompasso tanto tudo toda neve onde passo Corro mais um pouco suo internamente veia, tão somente ama, coração! Rezo ainda em choro que kronos me encante se não mato, morro simplesmenteamante...

Breve comentário sobre "Muito Além do Jardim"

Para falar do filme, devo dizer que o nome dela era Eva. E o nome dele, Chance. E isso já seria o meu melhor comentário. Aos mais atentos, serviria. Ponto. Ele buscava viver, simplesmente, e fazer florir. A ingenuidade do filme, ao mesmo tempo que define sua perenidade - sim, é muito atual, mesmo tendo sido feito na década de 70 -, mostra que, parodiando Chance, a seiva corre nas veias, independente das agruras que passam a casca da árvore. Vou ser mais óbvio: existem questões de ordem filosófica, existencialistas, subjetivas, mas que brotam em todo peito humano, que não dependem do s tatus quo . Não dependem da época, da moda, talvez... nem da linguagem. Não sei. Isso eu tenho que refletir mais um pouco pra palpitar, mesmo que de maneira quase irresponsável, como aqui no blog. ...é que tem coisas que são mais raizes, mais ser humano mesmo, mais fundantes. Mesmo sabendo que tem coisas que só a Philco faz pra você. Se é que você me entende. Ah, veja o filme. E diga não ao modismo e ao c

Being There - "a vida é um estado da mente"

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Ele entrou no avião. Com pouco tempo de vôo, começou a turbulência. Ele era acostumado, voava muito. Mas essa turbulência estava fora do comum. A tempestade fazia do avião papel, um nada, um brinquedo. Olhou à sua volta e o pânico era generalizado, ninguém falava, todos paralizados pelo pânico. Ao seu lado, inesperadamente, uma criança desenhava. Desde que começou a turbulência, lá estava ela, com suas folhas A4, giz de cera, desenhando tranquilamente enquanto todos estavam em desespero. Nem muito nova, nem muito velha, já tinha noção do que acontecia. Por isso, inusitada a cena. Tomando um ar, tentando se recompor, a curiosidade foi mais forte que o pânico, tanto é que perguntou: - Poxa, o avião balançando tanto e você aí, todo tranquilão, desenhando... você não tem medo não? - perguntou. - Claro que não. - disse o menino. O piloto é meu pai. *** Não me pergunto, mas deveria, o porquê de ter ficado tão tocado com essa história. Quem é mais próximo a mim, sabe. Desconfia. (Des confi

Azul Profundo.

Entrou na Maria Filó do Diamond Mall. Ela estava lá. À direita de quem entrava na loja, um vestido que só poderia ser dela. Do mesmo tamanho, da mesma medida. Conhece cada centímetro do seu corpo, cada curva, cada espaço, cada suspiro, cada marca. Conhece os contornos do hoje, já sabe o que vem amanhã. Sabe que esse vestido é dela. Per feito, feito pra ela. Tamanho de decote - o que ele queria que ela usasse -, o curto ousado respeitoso da saia - ela sabia que ele adorava suas pernas à mostra - e um tom que lhe cabe. Sabe? Que lhe exalta, que prepara a todos pra sua pele, seus cílios, sua boca marcada, seu sorriso, que quando quer, é tímido. Seu jeito de olhar um pouco pra baixo-pra frente, pro canto-pra gente, que enternece e deixa doido. Um jeito assim assim. Tava, ela tava lá. Até perguntou pra vendedora o preço. - De 379,00, pela metade do preço. Leva, ela vai gostar!... - Tenho pra quem levar não. Se fosse um dia, levava. - Se você quiser, pede pra ela me procurar. Meu nome é Pris