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- vai ser complicado

disse ela. Fui ver "O segredo dos seus olhos" com minha mãe. O filme acabou e ela não olhou para mim. Só me deu a mão, na hora que eu disse: vamos ? e se levantou e me puxou calmamente, respeitosamente, sem se virar para mim. Talvez ela tenha percebido, meu ombro estava encostado ao ombro dela. Certamente, mãe. A elas, nossos ouvidos. A elas, nossos olhos. A elas, alguns dos nossos segredos. A elas, as ações que nos agridem, mesmo que não sejam nossas, as mães. Por vezes, ocultamos a verdade, sempre por elas. Ela não tem culpa do filho que tem. Ela não tem culpa da filha que tem. Todas, mães. E sofrem, e padecem no paraíso, e não olham para o filho quando choram. Só quando é preciso. É preciso descobrir o segredo dos seus olhos, mães. Preciso. Daí, ser preciso quando choro, quando minto, quando moro, quando sinto, quando adoro, quando amo, quando ando, quando volto. Eu preciso chorar descobrir quando choro para me olhar descobrir revelar nos olhos secretos de minha muito muit

quando a lua nasceu na estrada hoje

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Sat patim dehi parameshwara - disse minha prima. Entendo bem o que você quer. Desentendo o querer, baseado no ser. Desejo o estar e permanecer. Entendo mais o silêncio e o perdão. Desentendo o falso sentido do não. Desejo o que m te, quente e somente tanto verdade. Simplesmente. Simplásticamente. O olhar da menina me diz que lua, que sentido, que ouvido e balbucia. Se inicia no somar. Somalicia. Todos os beijos daqui por diante vão indiscutivelmente falar de nós. Êta agrura que desatina...

Solomino

Dínamo levantou cedo. Tinha sonhado com soldados. Sonhou também com fogo, a noite inteira. E que havia fogo embaixo do sofá. Talvez fosse em cima, Dínamo. E o fato de, no sonho, o chão ceder ao toque, ali mesmo na sala, só constata que ruiu, enfim, o que estava podre. Daí, pegou um lápis de cor, preto mesmo, e ousou: SOLOMINO ela merece aquece o meu sono de menino ela padece da prece que envulva o meu olhar ela enlouquece enternece nua presença no mundo e faz de ludo pro surdo voltar a escutar mas foi a dois que o sonho o mesmo sono de menino se encontrou distante do sinto (muito) e se firmou com força com jeito de enforcar e autorizou defeito no preceito para amar Refrão : Como é que faz quando tudo acaba?... Como é que faz quando tudo?... Como é que faz quando?... Como é que faz?...

für die prinzessin

Não triste não viste o sabor do saber. Não veja só seja o bom do querer. Se, tudo, diz, muda, o que é o amar. E estuda um jeito sem jeito de se conquistar. Só sinto um defeito no jeito de eu ser de estar de sobreviver. Casulo de mim moro no abraço sem laço com choro no ombro que faço ao lembrar de você.

nova mente?

Pele. de dentro e de fora. Pêlo. de dentro, do centro. Aquilo que foi, não encontra motivo. Queria algo novo, diferente, somente. Unicidade única. Unipaís, unicontinente, unimundo, universo, Uni. Única mente, infelizmente e lhe faz poído. Arrasado, fudido. Não encontra reflexo nos seus cacos. Antes, via bolas de natal quebradas, todas vermelhas, aos cacos e see via em todas elas... E mesmo assim era natal. Mesmo assim era bom, era belo, era sonho... Hoje, só uma confusão de sentidos, humilhação do vazio, fastio, repugna ao toque, retoque, dê-lhe um desvio. É muita dor de garganta. É muita agressão a quem sonha. Crudelíssima vida, que expulsa, faca afiada na língua, joelho ralado nas manhãs sem mães. Desencontro. O circo vazio se encontra. Ele, palhaço, no meio do picadeiro chora. Esmola. e a terra assola a vontade de voar novamente.

medida da sorte

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o filho que quero ter se inspira no pai, de verdade se vem sabendo o perdão descobre a importância do amor do pão, da fidelidade o filho que eu quero ter revela, que cavalheiro sabe do dom da espera confia no ato, na guerra da paz na crença que existe o a mais amai filho que quero e me faz pai, de verdade que só sou pai se és filho meu eu de pra mim que dor, de filho, de encanto de fantasia termina expectativa de tudo onipresente desfeito sorriso que tenho, eu sobrinho Matheus, silêncio criança que brinca no peito eu menino confio a ti esta dança me pega na mão, Matheusinho Theu riso, Theu sonho, Theu eu e diz que sem giz, mundo finda amarelinha sem céu me diz MatheuZeus, filho amado que de galope em galope se pode ouvir o silêncio pode sonhar sem medida e confiar nossa sorte... *na foto, Bê e Matheus, filhos, primos, sobrinhos, muito queridos, que sabem da importância e da verdade do silêncio que comunica mais que a palavra...

São João.

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Atrás das bandeirinhas, a expectativa do sonho. Atrás das bandeirinhas, o beijo roubado, o encontro esperado, a fogueira que queima, a troca de olhares. Atrás das bandeirinhas, quentão. Atrás das bandeirinhas, o casamento de mentirinha, a noiva pronta, o padre de brinquedo, o noivo iludido. Atrás das bandeirinhas, festa, folia. Atrás das bandeirinhas, mães correndo atrás de meninos, estalinho, meninos correndo atrás de meninas. Atrás das bandeirinhas, uma janela se abre para a vida que se quer. E o vento que passeia azul, laranja, vermelho, verde, amarelo... ...e Bárbara brinca, linda, colorida, bem na frente do meu sonho... Êta, São João retado! Assim eu queimo!...