Cicatrizes e globalização.
Museu. Os alemães têm uma grandeza difícil de compreender. De entender, sim, de compreender, difícil. Fomos ao museu dos judeus em Berlim e foi uma espécie de soco no estômago quando se está desprevenido. Na sala também fotografada por mim, onde rostos em ferro traduzem os tantos e tantos judeus mortos nos campos de concentração, o ser humano se vê mais humano. O sofrimento é simbolizado de tal forma que é preciso dar vazão. Chora-se ao som do vazio existencial, nas cores da incapacidade de amar, nos versos do silêncio do ser. É difícil compreender os alemães mostrando a ferida pra nós, com pregos em punho, futucando e futucando até sangrar. Até quando será que eles têm que pedir perdão? E mesmo com essa questão, saber que enquanto pedirem será pouco - imagino... Nobre. E triste. E belo. E superior. E impressionante. E horrível. E humano. Desde a guerra que os alemães não colocam mais um nome em seus filhos. Um nome muitíssimo comum na alemanha, mas que simplesmente não ex...