O Templo do Outro
Vou montar uma igreja. Seu nome vai ser Templo do Outro. Primeiro vou comprar um lote, construir um anfiteatro de cimento, octogonal, com oito níveis de degraus, com oito pilares em cada um dos seus vértices, coberto de piaçava. Este lote não vai ter muros. Este anfiteatro não vai ter paredes. Entra-se por qualquer um dos oito lados, sai-se da mesma forma, por qualquer um deles. No centro, no nível mais baixo, um altar. Que não terá esse nome porque, conforme a etimologia da palavra, não vai ficar no lugar mais alto. Vai ser no mais baixo, símbolo da humildade humana. Podemos chamá-lo, portanto, de Coração. Na entrada (ou saída) norte, vamos escrever e inscrever, ainda com o cimento molhado, a letra Z significando Zehut, Retidão. Nosso norte vai ser a Retidão. No oeste, onde o sol se põe, colocaremos a letra M, significando Mehilá, o Perdão. Em seu lado oposto, no leste, onde o sol levanta, colocaremos a letra B, significando Beraca, ou seja, Bênção. E ao sul, colocaremos a letra H,