Makiwara do amor.
O amor bate à porta do hotel simples, na cidade do interior. Janela simples, sem armários, sem banheira, sem sofá, sem decoração. Ainda assim, ouço o amor batendo. Ele bate batendo, toc, totoc-toc... é ele mesmo. Pela batida eu sei quando é. Ele bate quando cumprimento a moça do balcão. Bate quando pergunto o nome da atendente do restaurante do shopping, bate quando a cozinheira ri pra mim, vítima da minha brincadeira de menino. O amor bate. Alguém, algum dia, vai convidar o amor pra participar de um vale-tudo, só pode, um UFC. Porque o amor bate pracaralho. Eu não deveria ter dito assim, pra não perder a poesia, mas não tem jeito não, ele bate demais mesmo. Ele bate de levinho, bate com força, bate em menino, bate em moça, bate em velhinho. O amor bate a qualquer hora do dia ou da noite. O amor bate no banheiro, bate na sacada, bate no sótão, debaixo da escada, o amor bate na goiabeira lá do sul do país. Com ou sem goiaba. O amor é danadinho. O amor é um sacana, ele bate quando a gen...