Melinha
Que se foram as festas de fim de ano. Onde você estava? Onde eu estava? Onde estávamos nós, os nós da gente, os em nós? Tomei o rumo do ser tão. Vim pra dentro, rumei estrada a fora, em busca das coisas todas que nem sei. Vim fazer encontros e despedidas, fui percorrer a mesma distância que vou percorrer à pé esse ano, na peregrinação do coração. Originalmente, a distância seria a mesma de Belo Horizonte a Recife, mas São Francisco me chamou, São Thiago me chamou, São Jorge agora me chama, e tenho que dar um jeito, que jeito nisso eu dou. Foi um pouco complicado virar a página. É que, você sabe: dois mil e doze, um ano de cortar cebolas. De caminhadas internas e sonhos em que se está nu, em cima do palco. De ouvir relógio tiquetaqueando enquanto o coração tenta entrar no compasso. Um ano de sopro no coração. De ouvir o vento e atender seu chamado. De busca sem mapa, de chuva sem lona, de sonhos não dormidos. Dois mil e doze foi o ano que eu não casei. Ia ser dia q