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De finições ou de iniciações

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Senti que é de perdas, porque acumulou muito É de sobras, porque se doou demais E só tem sobras quem não se guarda em nada Só tem para dar quem nunca se negou E vive do bem e do mal de se entregar. Se entrega permanentemente, mesmo que em vão, para não ficar no guarda-roupa feito roupa de frio em tempo de calor Para não virar mofo em gavetas de sobrevivência Se entrega para não virar passado Quem sabe quantos passos? Quem sabe se não foram nos passos perdidos que se encontrou? Quem sabe se não foi ao se perder que se capturou?  Quando você planta muita estrada pelo caminho É natural que colha algumas lições. São nas passadas que imprimimos nossa marca. Ás vezes, os rastros são de asas em vôos que inventamos na viagem Por outras, deixamos palmos impressos no chão, Trechos percorridos Passo a passo, como convém a quem anda todo dia. E anda todo dia atrás do seu próprio sonho sem parar. E aprendeu a amar a estrada, a viagem, a caminhada. Fo

Voo

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Quando cheguei a Santiago de Compostela, em 2009, imaginava que meu segundo livro seria sobre o Caminho. 80 páginas depois, descobri que não. Que ainda havia muito a caminhar para que esse livro fosse escrito. 2012: dia primeiro de novembro, dia de todos os santos, dia do lançamento de V ENTE, meu segundo livro, esse de poemas. Uma emoção muito forte toma conta de mim. Dois meses antes, recebo um email que mudaria tudo, que me indicaria um novo caminho a seguir, o Caminho do Coração. O lançamento de V ENTE foi muito bacana. Até o final dessa semana, ele chega a algumas livrarias de Belo Horizonte: Floriano - Av. Cônsul Antônio Cadar, 147, Santa Lúcia. Livraria Belas Artes - Café Belas Artes Liberdade, R. Gonçalves Dias, 1581, Lourdes. Canto do Livro - Ponteio Lar Shopping. Mineiriana - Rua Paraíba, 1419, Savassi. Livraria Ouvidor Savassi - R. Fernandes Tourinho 253, Savassi. (por enquanto!) E até o momento, 310 livros vendidos, o valor dos 500 livros doados ao Novo Cé

Alinhavando Histórias

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Meu pai é o décimo quinto filho. Se criaram doze. A mais velha dos doze, Tia Milita, teve doze filhos. Quando meu pai nasceu, ele já tinha, portanto, dois sobrinhos. Do lado da minha mãe, são quinze netos, contando comigo e minha irmã. Do lado do meu pai, acredite, são cinquenta e quatro netos, a terceira geração de Vô Marú e Vó Fifide. Já estamos na sexta geração, me parece, a contar de meu avô e minha avó. São muitas histórias de uma família interessante que tem no encontro sua principal força. Alguns "desafetos" declarados, é verdade, mas a maioria absoluta se dá bem (também, são tantas pessoas!!!). Eu, pra dizer a verdade, só não gostava de uma pessoa. Mas essa pessoa já foi nessa, que Deus lhe guarde. A vida é assim: uns partem outros chegam. E nós, na plataforma, alinhavando histórias. Pois foi justamente esse nome escolhido pelas mulheres da família pra criarem um grupo no Fakebook . Nele, seguem as fotos, comentários, curiosidades, chats sobre a nova propo

Gonzaga - de Pai pra Filha

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Ainda não sei como vou construir meus comentários sobre Gonzaga - de Pai pra Filho . Talvez diga da dificuldade que um dia tive com meu pai. Talvez diga da saudade que tenho de minha filha. Talvez diga da minha filha sentada em meu colo, tomando açaí. Talvez diga que açaí nunca mais vai ter o mesmo gosto para mim. Talvez comece apenas citando: "Se a gente lembra só por lembrar / Do amor que a gente um dia perdeu / Saudade inté que assim é bom /  Pro cabra se convencer / Que é feliz sem saber /  Pois não sofreu... /  Porém, se a gente vive a sonhar / Com alguém que se deseja rever / Saudade intonce aí é ruim / Eu tiro isso por mim / Que vivo doido a sofrer..." Ou talvez não. Só diga que 60% do filme passei transbordando o há mar que faz ondas em mim. Breno Silveira foi bem feliz em Dois Filhos de Francisco, acho. Até acredito que,  filmicamente , é mais interessante que Gonzaga. Principalmente na questão estética. Mas Gonzaga tem uma verdade que é fatal, ou Nat

Entrelinhas e laudas

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(CLICA NA MÚSICA PRA LER O TEXTO) Sentado no Baltazar, na Serra, depois da segunda cerveja do domingo, ela interrompe o namorado e me diz: " Mas Bernardo, me conta! Tem 20 anos que a gente não conversa!!!  Me conta uma coisa, o que você achou da sua vida, desses últimos 20 anos?!? " ... branco... Putz, pensei... Como é que eu vou responder isso? Virgínia foi minha colega de faculdade. (pára de fazer conta, gente! Ninguém tem nada a ver com o fato deu ter entrado na faculdade com 14 anos...) Conheci Virgínia, mesmo, de um modo muito interessante. No mínimo, curioso. Nem sei se ela se lembra disso. Primeira semana de aula, a gente praticamente não tinha conversado ainda. Indo para a PUC, passando na Via Expressa, bairro Padre Eustáquio - acho - em Belo Horizonte. Vi uma batida de dois carros e alguns alunos ainda meio atordoados. No meio deles, a Virgínia. Eu nem sabia o nome dela. Mas a reconheci no ato: " vixe, acho que aquela menina ali é da minha sala, mel

A Metade do Boi

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Aponto meu dedo para Deus. El  responde. Peço. Eco. Ecoa minha voz que pede na rês posta por Deus. "Boi", diz minha filha apontando pra Fera. A Bela é ela. Sou rês posta. Sou eu mesmo. Reverbero o que Deus responde no mim que pede. Me ni mim. Meninin. Criança pai que balança conforme o cacho balança. "Cabêio", ela diz. É cacho. "Papai", ela diz. O moço. Estranho conhecido que é a cara da falta. O real bate logo à porta dela. Ela se defende. Não quer estar ali. Mas quer. Não quer se haver com isso, mas quer. "Eu só queria que meu pai pudesse estar aqui comigo sempre que a gente quisesse", ela não diz. Mas sente. E sabe, e quer. Sua filha merece duas metades da maçã. Quem seria tão equivocado a ponto de só dar uma? * auto-retrato, por Beatriz.

Deus é danadinho

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Ainda estou de férias. Na verdade, feriado. Até 15 de novembro, apenas de plantão. De ressaca do lançamento do livro V ENTE, que chegou no Memorial Minas Gerais Vale, em 01/11/2012. Ressaca boa, devo dizer. Contabilidade feita, foram mais de 150 pessoas no lançamento, Vendemos cerca de 280 livros contando a pré-venda e a venda no dia do lançamento. Quando voltar a BH, vamos agilizar a venda do V ENTE nas livrarias. Ser só é bom mais é ruim, é ruim mas é bom, depende. E nunca se está só de fato, quando se escolhe caminhar no H Á MAR. Foram tantos amigos que ajudaram que não há como, exatamente, agradecer. Manifestei meu agradecimento lá, no dia do evento, mas nada é realmente suficiente pro tanto que foi lindo, todo mundo de mãos dadas, pensando em alegria, doação, amizade, amor, carinho. É brega. Mas é verdadeiro. Flor, arco-íris, azul, dourado, sorriso, tudo é brega, O amor é brega. A alegria é brega. Mas é ducaralho (e isso não é palavrão, é força de expressão contemporânea)