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A pureza e a fome do perdão.

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Sob o céu do cerrado, onde o horizonte é mais verdadeiro, me situo. Sítio. Tem um quê de meu aqui, tem algo que me diz da minha verdade, das minhas escolhas, dos meus desejos, estando eles pertolonge ou longeperto. Na casa que é muito minha, por paixão completa, por pai-chão completo, respiro. Clara está com fome. Com 5 meses e meio, encontra um jeito de se comunicar não só com a mãe, desde cedo me conhece. Sou irmão do pai dela, sou irmão da mãe dela, sou tio mais velho, gasto de amor e de saudades. Clara me fala da fonte da juventude. Clara me fala da fome da juventude. Clara é generosa, sabe que Beatriz não está nos meus braços agora, que as notícias que chegam são sempre suadas, molhadas das tantas correntes torrentes que passam por nós, e decide doar-se de amor, pra mim, pelo tempo do sempreagora, enquanto estiver em meus braços. A fome da vida pede que esse tio dê mamadeira pra ela. Depois da mamadeira, dançamos suavemente pela sala, embalamos um ao outro, enq

Cabeça baixa.

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19:03h ela desliga a luz da varanda. Ele aguarda. Aguarda mais um pouco. Talvez seja hora de voltar pra casa, chorar um pouco e entender que tudo não passou de um sonho. No dentro dele, um grito silencioso rasga os dias, fere as noites, borra a existência sem a presença dela.

Reynaldo Gianecchini X Banco Itaú Personalité

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Hoje, ela me disse bom dia. Eu disse: "bom não, ótimo!" Deitado na cama, 00:45h penso no dia pra saber que dia foi. Estou voltando do cinema, fui ver Pina e me lembrei muito de você. Minha professora de dança finalmente voltou, amanhã retomo as aulas de tango. Mais cedo, uma hora inteira no Banco Itaú Personalité. Ninguém entende porque acho eu estranho ter pedido um cartão de crédito em novembro e ele até hoje não ter chegado. Ninguém acha estranho eu ter tido uns 3 gerentes no último ano, ninguém acha estranho me avisarem isso quando chego lá pra resolver alguma coisa pendente e o gerente que estava resolvendo ter sumido sem dar notícias pra sempre. Acho que eu devo ser mesmo muito estranho. Afinal, eu continuo achando estranho a gente não poder resolver nada com uma pessoa. Tem sempre uma "entidade itaú" que é o responsável por tudo e o simples jacu que está na minha frente não pode se responsabilizar por nada. Afinal, ele só tem "acesso ao sistema..

Haikai da alfaBêtização

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Beatriz escreve paixão trocando o x.

Seus dedos

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Seus dedos mágicos despertam a sutileza do meu olhar. Move-os em baile. É pó de pirlimpimpim que tilinta espaço, que orna o tempo. Colar de pérolas invisíveis, espalha ao vento os desígnios de existir. Faz cosquinha na nuca da paixão, chama a minha atenção, hipnose múltipla. Respiro o compasso das ondas dos dedos. É cedo. O sol vai nascer. O voil da vida balança, enquanto espero a hora que dança. Adorna e torna a me confundir, levita ser, conduz estar, renova querer. Seus dedos envolvem a tramela do basculante do peito. Seus dedos entornam óleos motivos nas gretas que levam ao coração. Seus dedos arranham a espera do encontro. Em baixo da unha, minha pele que pede pelo apelo. Sou zelo. Sou selo. Sou só, eu, em busca da ponta apontada do seu dedo para mim.

Haikai da princesa contemporânea

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No colo dele seu nome sem sobrenome  era sapatinho de cristal.

Flor de Sal

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Ela: – Diz belamente Mia Couto:  "Magoa-me a saudade do tempo em que te habitava como o sal ocupa o mar como a luz recolhendo-se nas retinas desatentas..." Eu: – Putz. Ela: – como eu faço pra me comunicar nos dias de hoje? Eu: – Acho que desligando tudo. Ela: – A paz não basta? Eu: – Eu não sei. Estou sabendo de nada, disso tenho sabido muito. O nada tem me acompanhado tão de perto que sobre o nada pode me perguntar... mas da paz? Ela: – é que eu tô em dúvida... fala sobre razão e emoção, vai. Eu: – Olha, eu não sei, mas acho que uma boa pista é pensar que a razão crê que sabe os porquês e a emoção acha que da conta do como. Mas uma só crê, a outra só acha. Acho que nos contos de fadas e nas fábulas podemos achar mais pistas... Ela: – Detesto uma coisa e outra. Coisa pra fraco de espírito. Aliás, espírito é uma coisa que não me convence. Eu gosto é de resposta. Eu: – Talvez a resposta esteja sempre ao redor das fogueiras, no crepitar das chamas, na subi