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ENCONTRO

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Folha em branco. Do avião se ouve o vento. Recife continua distante, e meu coração perto longe atravessa a ponte da expectativa. Vou com ele. Um anjo me segue, me guia, me leva, me toca. São muitos desejos de bem, muitas mensagens de carinho, muita torcida pra que tudo dê tudo certo. Tudo sempre agora. Tenho asas no coração e na mente, voo pra perto pra sentir e ver que está tudo bem. Tudo bem comigo, tudo bem com ela, o Eu Caminho mantra do Caminho de Santiago a me guiar cada passo. Guias. Os anjos do caminho aparecem e vão mostrando a seta amarela que inspira e sacode a gente. Há pouca bagagem. Há pouco a levar, há pouco a buscar. Levo somente uma pedra de coração no meu bolso, que me achou no monte do perdão no Caminho de Santiago. Lá. Onde não sei. Não há mais o onde, não há mais o tempo, não há mais nada. No fragmento do tempo, o desejo do ser. Est ando . Não há o que levar. Não há o que esperar. Há o amor em mim e o amor da minha filha que vai me ter um

No Castelo da Suiça se ouve Maracatu.

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Cem anos. Aniversário da minha avó Lygia. Unhas vermelhas, brinco dourado, alegria incontestável. Meio espanhola (no espírito, porque ela na verdade é  Neuschwander -  Suiça), gosta de festa. Foi de quem puxei. Vovó traz na alegria o jeito de ver o mundo. Mesmo depois de ter partido, me ensina. Sua filha, minha tia Margarida, viveu na França por muitos anos, quando não havia internet, quando o telefone era difícil, quando a França não era dentro do Skype. Era em outro planeta. Ela sabiamente, sabia que Longe é um lugar que não existe , como Richard Bach. E sabia que o importante é que sua filha estava dentro dela, independentemente da distância, e com saúde, e bem, e feliz. Mais uma lição que me dá, mesmo das estrelas, todo santo dia... Minha avó gosta de gatos. Curioso é pensar que ela partiu no dia 25 de fevereiro, curioso é pensar que foi no final da tarde, depois de passar o dia com a gente, quando foi levada por meu avô, Hélio, que já tinha partido há muito... Eu est

Do Canto, da gente.

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Sem ela e sem ela. Sem os sonhos reais. Somente os re-ais que dóem. De novo, curtidos sem curtição. Pele seca, sem colágeno, rugas que se acumulam em dó. Ainda riso, sempre precisa, volta a acreditar. Mas dói e incomoda. Sabe-se glosa sem mote, trote, sabe-se com pouco tônus, compota de doce sem açúcar. Vontade do gosto. Não consegue explicar os desejos, só ensejos do bem, que conta. O querer toma conta do grito. Aflito, quer um abraço. E mudo, calado, o fado de ais. As belas dores do mundo inspiram mais quando são só cantos. *na foto, a bela Mafalda Arnauth.  http://www.youtube.com/watch?v=OOFe4Krv048 Vale conhecer:  http://www.youtube.com/watch?v=DNllEchNyL4&feature=related

Só nessas horas.

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Quando escovo os dentes, quando não uso escova, quando tomo banho, quando demoro um pouco, quando cabelo no box, quando água fervendo na pele, quando cheiro de amêndoas, quando toalha vencida, quando toalha novinha, quando passo perfume, quando sinto perfume, quando faço café, quando saio correndo, quando bandeja nova, quando suco de laranja, quando chá, quando ades, quando um pouco de zona, quando o dever me chama, quando peixe cru, quando sakê, quando pé, quando falta de pêlo, quando deitado, em pé, quando falta de zelo, quando zeloso com idoso, quando estou em família, quando estou nem aí, quando nunca estive, quando bebo cerveja, quando converso com alguém, quando sou só escuta, quando desço uma rua, quando entrando na garagem, quando guardo meu carro, quando arrumo a casa, quando penso uma casa, quando sei de mim, quando me esqueço, quando só foto, quando só lembrança, quando vinho, quando dança, quando vou levantar, quando acabo de de

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Atropelado

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Faltam 2 dias para um casamento cancelado. 2 dias para um quase amor eterno. 2 dias para um sonho que acordou no meio. Faltam 3 dias para o ex-primeiro dia do resto de suas vidas.

Sou biruta, Michelle.

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Michelle Loreto, quer se casar comigo? Você não é a moça do tempo? O tempo brinca com a gente, Michelle. Não passa. Está sempre aqui. O tempo sempre. O clima muda. Mudamos pra não envelhecer. A chuva nos molha, o sol esquenta e o vento faz cócegas na expectativa do moço, que vê a moça atravessar a rua de saia. Você me dá bom dia enquanto penso no hoje, apesar do clima, independentemente dele. Biruta. Você se dá bem com o tempo, Michelle? Aos 32 anos, ele se mostrou carinhoso contigo. Nem o sol de Recife, nem o alótropo triatômico de São Paulo deram conta da sua beleza. Assim como eu e minha poesia. Acordo de acordo contigo. E escuto o que me espera no clima de hoje. Quero andar à pé, sou amigo da chuva, mas quero a dica da moça do tempo. Talvez me diga que a previsão não é de sol, é de riso, talvez me diga que o frio que envolve o corpo não arrefece a alma, que o agora é o tempo do somente, que a neve no Japão só serve para virar haikai no espírito de Matsuo Bashô. Não há casa