Minha caixa de mensagens não tem nada de importante, só lixo digital, comercial sem necessidade, convites para participar daquilo que não preciso. Pensei duas vezes antes de postar essa foto. Porque não conheço essa menina, não sei seu nome, o nome de sua mãe, não tenho autorização para publicar ... Enquanto a disseminação, propagação, democratização dos multimeios digitais se molda, enquanto todos viramos produtores de conteúdo (seja lá que conteúdo for), caminha em paralelo a perda da ingenuidade, a relativização de uma suposta humanização da comunicação - ou algo do gênero, não sei definir (nominar) ao certo. Será certo não poder postar uma cena sem autorização, se ela traz uma menina linda, ruiva, tomando um sorvete, simplesmente, ao lado de uma fonte na Holanda, em uma cidade cujo nome não me lembro mais, mas que retrata a poesia do encontro, a ingenuidade do sabor de estar vivo, a necessidade de nos compreender ao mesmo tempo presos no passado e participantes do futuro, passageir