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Quero Despedir

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*Na foto, o "Portal Grande Sertão" do artista plástico Léo Santana. Bem disse Guimarães Rosa: “Despedir dá febre”. Pois bem, eu quero a febre. Quero despedir. Quero o não querer, quero o que vier, quero a natureza plena, toda, simples. Quero a mais pura verdade. Não quero pedir nada, quero despedir. Despido de desejo, despeço. Pedido cobrança, pedido lembrança, pedido ciúme. Pedido questão, pedido perdão, pedido súplica. O pedido é o perdido que quer se encontrar. Mas não. Despeço, despido, despedido. Nu que não aguarda roupa. Sem emprego que não espera trabalho. Quem parte. Quem despede pode partir em paz. Partir sem pedir é a liberdade total. Amigo meu tem um caso de amor com Londres. Ele está na porta do prédio e joga uma moeda. Cara, esquerda. Coroa, direita. Assim ele vai, se perdendo, perdido, encontrando a inusitada presença do desconhecido, do não desejo, do que pode surpreender efetivamente. Quando não expectativa, o novo real se apresenta.

A Deus, som.

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Morreu ontem, do alto de mais de oitenta, bem vividos, tio Adelson. Tio Adelson, marido de tia Guigui, pai de Anamaria, Adelsin, Élida, Bau, Rachel. Gúia para os amigos, representante alvinegro de peso, tio Adelson era como um paralelo de minha mãe. Me explico. Coração bom como poucos, unanimidade afetiva e efetiva, meu tio, que muito me considerava como neto, comia pelas beiradas. Mineiro de natureza, tinha no jeito carinhoso e paciente escudo e espada. Quem o conhecia de fato sabia que Seu Adelson era homem dos que vieram com "frichilin": sucesso com a mulherada garantido, quem não gosta de um ouvido, uma palavra amiga, um conselho, um ombro, um sorriso? Cativante - aquilo tem mel na lábia! E os olhos? Bau foi quem pegou seu jeito amaciado de ser. Se fosse um objeto, seria um ursinho de pelúcia. Mas era meu tio, Adelson. Durante o meu Caminho, rezou pra mim todos os dias, às 18h. Fã de seresta, fã de Orlando Silva, fã do silêncio, gostava de mandar os outros