Sofreu
Filha, que saLdade ! Que vontade de lhe ver, pegar você em meus braços, sentir o seu cheiro, brincar com seu cabelo de mola, rir sem medida das suas caretas e seu jeito de olhar o mundo. Como a saudade é de sal, minha filha... Viver tem sido caminhar na praia: ao lado, há mar. Imenso, vasto, profundo, infinito. Sob os pés, areia quente. Por todos os lados, o sol que esquenta, mas castiga. Sem sombra, sou só Tuareg que, só, quer defender seu código de honra, mesmo que o mundo não se saiba, mesmo que mais não saiba um mundo sobre o que é ser-ter-estar, um só código de honra. Leia Nilton Bonder, minha filha. Há vento, Beatriz. Mesmo que a gente não veja, ele balança as folhas do coqueiro. Sentimos sua presença. O vento fustiga as ondas do amor. Se há mar e há vento, há ondas. E o mistério inexpugnável da presença da lua. Assim sou eu, assim sou seu pai, assim é o nosso amor. Inquebrantável presença pulsante. Indomável. No espelho, no jeito de suspirar, no jeito de olhar, na fuga d