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A explosão está prestes a acontecer

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Ela não dá notícia, não sabe como está. Se assassina na espera do carinho de uma palavra. A solidão do verbo não conjuga a paz. O desespero é conjugado na falta de ar que anuncia o rasgo do peito. Nada do que sente, tudo do que quer, nada do que faz, tudo desse amor, o clique do relógio desvenda a solidão das horas, a cabeça se esquece que um dia iria explodir a qualquer momento, o sentimento mente, a solitudinega, o casamento inventa, o berimbau contesta... há uma onda inesperada que vai resolver tudo afogando as mágoas. Um caminhão pode passar por cima de um carro, uma veia pode estourar no corpo, um desejo pode enlouquecer o santo, um espelho pode contar a verdade para ela, o rato pode roer os lábios de quem dorme um sono tranquilo de não dar notícias. Os incêndios, às vezes, são inexplicáveis. E os acidentes, uma fatalidade. Às vezes, fico pensando que as pessoas são corajosas sem os motivos verdadeiros de ser. Às vezes não.

Trovinha amarela.

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no quarto              o carinho espera                                      o carrinho espera                                                               o caminho é espera

Rodrigo Santoro é assim e pronto.

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"Amor não é merecimento. É assim e pronto." – ela escreveu. O diálogo que precedeu foi: – Eu amo. – Quem? – O Rodrigo Santoro e você. – Ele merece. Eu não. Daí veio a citação que começa esse texto. Fico pensando: eu não conheço o Rodrigo Santoro. Acho que ele é um cara bonito para os padrões estéticos estabelecidos na virada do século vinte pro vinte e um. Ok. Mas não sei bem se ele merece. Talvez mereça se tomarmos no diálogo o "amor" e trocarmos por "desejo". Se ela tivesse dito "eu desejo", talvez a resposta do "ele merece, eu não" fosse realmente acertada. Talvez não. Possivelmente, até o Rodrigo Santoro seja um cara bom de cama por ter a oportunidade de praticar muito, tendo em vista que um boa pinta consagrado como ele tem essa possibilidade – mas isso não passa de uma ilação. Não tenho dados que afirmem uma coisa ou outra nesta análise, a independer do que acha a esmagadora porcentagem das mulheres brasileiras. N

EM BREVE, UM LIVRO NOVO

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Este post é um TEASER, como os publicitários gostam de dizer. É só pra dizer que "está esquentando...", ou seja, vem aí o meu segundo livro. O meu primeiro, pra quem não conhece, foi lançado em 2008. Um livroCD, com um conceito novo à época, onde pude costurar um pouco de música, poemas, crônicas, ilustrações, sonhos... o que a interação midiática me permitiu. Foi muito bacana poder visitar cada uma dessas bordas do ser poético, pra falar um pouco sobre o amor e o infinito. Seu nome? 8 Sim, o numeral 8. O símbolo do infinito, que traduzia, ou tradizia sobre o movimento... Meu segundo livro vem agora: um livro de poemas, feito com MUITO amor, muita luta, muita dor, muito sangue, muita crença. Muito desejo, muito tesão. E dessa vez, uma escolha nova: vou fazer uma pré-venda pela internet. No Facebook e aqui no blog, os amigos, leitores, curiosos vão ter a possibilidade de comprar antecipadamente, por um preço bem convidativo e um bônus! Quem comprar antecipadamente

Sobre idas, vindas e o silêncio água de Deus

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Na ida conversamos quase que todo o tempo em francês. Minha prima tem um francês intermediário como o meu, apesar do meu estar mais destreinado. Tenho cuidado disso. Na volta, continuamos os assuntos da ida, com mais pausas dramáticas, silêncios confortantes e desconfortantes, revelações e confissões simples de quem tem intimidade pra isso e sabe do desejo do Bem. Sobre um assunto que durou muito, já na volta: – Sabe uma coisa que não me acostumei ainda?... é que pra mim, tudo bem ir ao Sushinaka sozinho, ir a um boteco sozinho, ao cinema sozinho (aliás, até prefiro, dependendo do tipo do filme)... mas uma coisa me incomoda muito muito mesmo. É justamente isso... é chegar de uma viagem. A minha maior depressão é quando chego de qualquer lugar (principalmente de uma viagem mais longa) e tenho, instintivamente o reflexo de pegar o celular pra ligar, avisando que cheguei... ... É aí que me dá o maior vazio, é aí que o real se apresenta mais cru, mais real, mais oco, mais menos:

um pouco da nossa páscoa

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Beatriz, como papai não pode passar a páscoa com você ainda, vou pra fazenda da Tia Cenira, passar com o afilhado do papai. Sua mãe já recebeu a caixa que enviamos, com o cartão acima, e todos os presentes da nossa família. Tudo que tenho pra lhe dizer nessa páscoa está no cartão que sua mãe leu pra você, e que está na foto acima. Sua Tia Guigui lhe deu de presente um carrinho lindo, amarelo, o que mandei a foto pra sua mãe lhe mostrar. Coloquei ele no seu quarto, está uma coisa! Dá vontade de ver você em cima, brincando e curtindo. Estou levando 3 livros pra ler e um caderninho pra escrever umas coisas, que as coisas vão comigo, não deixo pra trás. Tudo vai comigo por onde ando, minha filha. Tudo me acompanha. Espero que a páscoa faça sentido, pra mim, pros outros, pra quem interessa, pra quem deveria saber o que significa páscoa. Fique bem e em paz e saiba que por onde for, levo nosso amor. Que você tenha muitas histórias lindas pra contar, mesmo em sonho, nessa páscoa que Deus n

As cartas não mentem

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Fui numa cartomante. Ela me disse pra esquecer você. Disse que tudo vai dar certo, que o amor é deserto, que o bem é o bom da gente. A gente sente. Sente na soleira da porta, sente na cama vazia, sente na mesa sem companhia. Sente e espere o tempo mandar. O tempo tem pó. Voltei a sentir asma, voltei a saber dos meus pulmões, a cartomante não vende balão de oxigênio. Ô eu que suspiro. Quando falta ar, é melhor se sentar. Corre o vazio de existir pra fazer sentido e vira vento com seu movimento. Somos só músculos, ossos, troços em fricção. A cartomante não tem a cura não. Cartas que adivinho, sopros da mente, inspiro e piro, que suspiro é só da gente. Meu coração é baralho, me embaralho esperando você cortar. Aprendi a fazer mágica com as cartas do coração. Em todas, sua foto pra quando você escolher tirar. Quando tiro uma carta do peito, o jogo banguelo grita, a criança chora, o velho agita, e a brincadeira acaba para todo o sempre. No baralho da cartomante,