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de Cachos

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A sombra que vê, esconde a beleza de ser. Como se configura, como se inscreve, como loucura? Minha filha faz sombra no mundo, esconde a areia do sol, em meu peito anzol, faz sutura. Beatriz se mistura. Sei onde foram morar os meus cachos, já sei onde se encontra o meu sono, eu sei dos meus sonhos agora, tem água lá fora, corre que o boi já vem. Eu sei do meu neném. Por um triz já menina, me ensina a esperar novamente: Beatriz se gesta no mundo... Um dia nasce em meu colo, eu solo, espero. Terra fértil, úmido de amor. - Yemanjá, toma conta da Borboletinha do Mar. Eu sem sonhar, durmo pra vida girar. Tempo que a areia quis em mim, tempo, o barco navega afim, tempo, o tempo é molho do há mar. É tempo de m'olhar. Lambeatriz, Onda, há mar. Bebeatriz, Sol, há mar. Sobeatriz, Vida, há mar de amor, o mór que sou. In finito.

Sobre os benefícios espetaculares dos bioflavonóides, ou quase isso.

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Em vez de falar sobre o dia de chuva, sobre como a chuva caia na areia da pista de montaria do restaurante de comida mineira que serve as pessoas que pra lá vão produzidas, fingindo estar casuais, em vez de dizer o porquê deu insistir em ir lá comer torresmo, mexido, ovo frito e couve, em vez de dizer que acredito nas palavras da dona do estabelecimento que me chama de querido toda vez que vou lá, porque me conhece, porque vou lá sozinho, porque acho que ela deve imaginar porque vou lá sozinho, porque eu tenho um carinho especial por ela e pelo projeto dela, independentemente de ser um projeto pseudo-elitista, porque me parece sinceramente verdadeiro, em vez de dizer o gosto que tenho quando lá compareço a independer da companhia ou não que eu esteja, a independer da frequência ou do hábito, independentemente da qualidade da feijoada que lá é servida e, em vez de falar dela resolver falar de outra coisa, em vez dela e em vez da criança que chegou no carrinho e que fingi por um momen

Detesto quando me matam

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Quiseraeupoderfazerouvir. Quemderaeuquelessemoqueescrevi. Puderanósestarmossempreaqui. Nodoceolharaondemeapreendi. Coisa mais triste é velório de gente viva. 

Em bora.

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Quando se história de amor, caso. Caso contado, caso casado, caso calado pra quem quer de fato ouvir. Quando se história de amor, caso. Caso contente, caso pingente, um caso claro de casaragente. Casei com os olhos, o sorriso, o cheiro erótico perturbamente. Cá, sei com os olhos, sei de ouvir por trás da boca, sei o que chacoalha a alma. Sei o que me acalma, o que me aquece e desestrutura. Um caso clássico de casamentura. Esse pau duro de cortar os pulsos, essa nudez que inocenta a gente, o caso curo, mesmo delinquente. Quando se história de amor, eu caos. Eu caso caos, eu desmelinguotodo. Eu mais que engodo, eu já refeito em ti. Eu mesmo jeito, eu nunca estreito atrapalho. Eu ducaralho, eu superfeliz. Eu quando caso, amor se história quando. Eu quando caso, amor se historiandando. Eu quando caso de amorsefondo, me findo todo pra me revestir. Revisto tudo, revista toda, revista óculos, quero a partir. Se Quando amor, eu me traduzo mundo, quer

cold play

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Ouço The Scientist . Morro um pouco nas notas singelas do coldplay. Por sorte minha, liguei a televisão quando o Roberto Carlos estava no finalzinho da música de final de ano da Globo. Se não, o choro poderia ter sido catastrófico. Em épocas quando se chora até vendo o Louro José (literalmente, não estou de sacanagem), não é aconselhado ver todo mundo lindo, vestido de branco, cantando de mãos dadas com o mundo lindo e maravilhoso hiperrealista da Globo. Aposto que alguém ali estava com uma cueca furada. Ou pelo menos com uma meia furada. Uma frieira. Uma meleca no nariz. Sim, a vida tem meleca no nariz. Me lembro de um diálogo interessantíssimo do Jack Nicholson com aquela bonitinha loira e o amiguinho gay viajando de carro. Dá vontade de abraçar a loirinha e o amiguinho gay. Mas o Jack Nicholson é quem tem razão. Ele é o real. Ele é quem diz pra gente que por mais que a gente queira encontrar o furo na cueca do outro, o furo está é na cueca da gente mesmo. No body said it w

Un`Altra Volta

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Não faço ideia o que isso significa. Uma outra volta? Meu português aproxima do italiano esperando um falso cognato. Não entendo a itália. O máximo que sei da itália é Vovó Querida me mandando arquivos de fotos belíssimas da sua antiga Itália em Power Point. Lindas todas. O macarrão com bacalhau estava com muito alho novamente. Muito. Já não sei se perdi a referência, ou se o julgamento se deve à falta de outro ingrediente fundamental para o meu jantar no restaurante da Grão Mogol. À esta altura, Grão, Mongol. Sou um retardado existencial. Ouço Drão, me ilusiono, escuto Gilberto Gil me falando da ilusão. Onde plantar? Também não sei, Gil. Não me pergunte. A noite é muito mais escura do que eu posso supor, sempre. Semana passada fiz o que sempre pedi aos meus alunos: tomar banho de olhos fechados. Mais que um exercício para o cérebro, é um exercício de sensibilidade ímpar. Quero sentir a água molhada, Gil. Mesmo que os pecados sejam todos meus. Não há o que perdoar, por isso m

Flor ir

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Filha, olha a foto. Essa é a foto da primeira arvorezinha sua, minha borboletinha. Seu Bonsai que voltou a brotar. Quando você se foi ela sentiu na hora. Cairam todas as folhas, ela secou, ficou triste, só. Daí eu pedi pra Rê e o Rock darem um jeito nela. A Rê logo puxou a minha orelha, filha. Ela disse do tempo. O tempo que faz brotar. O mesmo tempo que leva, traz. O mesmo tempo que vem, passa. O tempo que dói, cura. O que amarga, adoça. O tempo é passageiro da vida, filha. V ida. V     ida. V                 ida. Sem volta, nos encontra na plataforma da estação. Onde chegamos, onde partimos. Hoje partido, amanhã, chegando. Reparou bem nessa frase, filha? Ela é muito importante e muito certa, em suas várias formas de ler: Hoje partIdo, amanhã, chegAndo. Guardei minha expectativa no armário, filha. Que bom que você está há 56 dias na praia com a mamãe. Quisera eu tirar umas férias desse tempo todo também... Aproveita aí pro pai. E se lembra que longe é um lugar que não existe