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Um

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Que droga, já comecei esse texto 6 vezes e não consigo ir adiante. Não sei o que escrever, quero falar sobre alguma coisa realmente relevante, mas nada toca profundamente. Estou apático, sem entusiasmo. Quero voltar para o Caminho.  Experimentar uma alegria sem medida, uma felicidade completa, uma realização inteira dá nisso. E agora? A mar íntegro, a mar inteiro, a mar verdadeiro.  Nunca fui preparado para a sociedade. Não para esta que está aí. Consumismo sem medida, ilusões, políticos roubando o recurso dos remédios, hedonismo exacerbado, egoísmo, imediatismo, preconceito contra uma criança com síndrome de down nos brinquedos em um shopping de São Paulo, ministro administrando lucros de 20 vezes o seu patrimônio em 4 anos. Que gente próspera!  Que gente paupérrima! Preciso, urgentemente, ler poesia. Preciso, urgentemente, escutar música. Preciso, urgentemente, auscultar meum coração. Preciso, urgentemente, tirar o urgentemente dessas frases todas. Pré... cindo,  pré... cinjo,  pé s

Rio de mágoa

"A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos." ou algo do gênero. O substrato é esse. Os saltimbancos são esses. Quando não, sim. Quando sim, não, ou talvez. Quem sabe? Não posso enfiar na cabeça de ninguém que não se programa a vida, que não se mede sonho, que não se vive só o esperado. Nada do que foi será, do jeito que já foi um dia. E não importa se Lulu venha dizer, se Nelson Mota venha dizer, ou qualquer um novo, sobre o que já foi dito por Heráclito muito antes... tudo muda, nada perdura... a história de ninguém se banhar no mesmo rio é fato, é foto, é assim, independente do nosso querer? Quem quer, afinal, tomar banho no outro mesmo rio? Quem quer, afinal, entender que é rio, é vida, é sonho, é paixão, é água, é agora? Mas que droga, tem gente que quer encontrar o outro mesmo rio... e não entende que é mesmo outro e bom, e belo, e refrescante, e caudaloso, e farto, e tanto, e molhado, e tudo... Ah, Rio, vem molhar nossa plantação. Vem afogar nossa mágo

Escove os dentes ao acordar

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Hoje acordei com a vontade de viver a vida como um alcoólico anônimo. Um dia de cada vez. (sim, atitude zen) É óbvia a ideia, fantástica, clara, simples, mas nos esquecemos: se pensarmos "Não vou beber NUNCA mais." isso tem um peso. É quase impossível. Mas se pensarmos "Não vou beber HOJE." isso é bem mais leve. É mais que possível. Na verdade, não estou falando de bebida. Sim, eu vou continuar bebendo. Socialmente, vamos dizer. O que estou falando é da forma como encaramos desafios na vida. HOJE eu vou ser o melhor filho. HOJE eu vou ser a melhor mãe. HOJE eu vou ser o melhor pai. HOJE eu vou ser o melhor marido. HOJE eu vou ser o melhor namorado. HOJE eu vou ser o melhor genro. (sei, isso é difícil) HOJE eu vou ser o melhor amigo. HOJE eu vou ser o melhor confidente. HOJE eu vou ser o melhor colega de quarto. HOJE eu vou ser o melhor funcionário, o melhor patrão, o melhor amante, o melhor ser humano, o melhor que posso. É hoje, não no ontem

madrogada

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Quero falar da noite. Da insônia. Da sonolência da vida, que me faz não dormir às vezes. Às vezes, faço as vezes de mim. Às vezes, faço as vezes dos outros. Dos outros, quem sabe a noite? Só posso dizer da minha, do meu, do travesseiro que molha, da fronha que encarde, desejo que arde, silêncio bailando, profundezas do quarto. Bóio no escuro. Flutuo na cama. Afogo lençóis, mergulho cobertas. Casulo dos medos, atravesso esperança de amor ao lado. Fado. Fardo pensar, fardo escutar, coloco um tapa-ouvido-espanta-rua-xô-vizinhança. Meu coração aumenta o volume dentro da minha orelha. Daí, escuto-o. Ele fala. Ele diz. Ela cala. Fico silêncio pra entender a palabra . Trabalho. Fico palavra para entender o hiato. Tudo é barulho na noite morta dentro do meu ouvido.

sobre

educação

Muda

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A vida muda. Encontra, liberta, prende, escraviza. Discute, banha, nasce, eterniza. A vida muda. Faz brotar, faz pensar, faz sentir, faz falar. Faz crescer, faz pensar, faz fazer, faz amar. A vida muda. Outros olhares, outros sonhos, outras vestes, outras virtudes. Outros outros, outros mesmos, outros vícios, outros anseios. A vida muda. Mudo o silêncio, muda a disputa, muda a agonia, muda, esperança. Medo de tudo, medo de nada, medo da muda, me dou na estrada. A vida muda. Nada a dizer, nada dizer, nada somente, quando encantados. Puro é o querer. A morte cala. A vida, não. A vida, muda.

Sobre os antídotos esperados

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A indiferença grita: mas tem antídoto. O que não tem antídoto é a verdade. Mesmo intangível, ela curiosamente aparece. Mesmo que seja tarde demais.