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D ia

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Hoje o dia vai ser daqueles. Já vi jornal de manhã, já chorei com o menino que morreu espancado, já me angustiei com a notícia do Óxi se espalhando, já fiquei com a sensação de que deve dar azar ver todo dia de manhã a propaganda do Boston Medical Group, já me senti melhor ouvindo a locução de uma amiga no comercial de um prédio que está sendo vendido na savassi (que bom, ela trabalhou esse mês), já fiquei com a sensação que essa dor na nuca e no pescoço não vai passar logo, já questionei porquê acordei 2:50h da manhã e tive insônia por um booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooom tempo, já entendi que uma fatia só de queijo e uma fatia só de apresuntado não vão dar pro gasto da manhã, já tomei um tandrilax, já entrei pra ver as últimas do facebook, do twitter e dos emails, já fiquei com vontade de tomar banho, já marquei uma cachoeira e uma sauna pra o final da tarde, porque, afinal, o dia vai ser daqueles. Vem dia, vem tentar me pegar: tô aqui esperan

Olhos atentos

Seus cílios estão crescendo. Ganha forma o meu a-mar. Mecha loira, mexe comigo. Sem coordenação motora, sem vício, sem sentido, explora o mundo com o olhar atento e à toa. Por um triz, fui feliz. Bochechas, contrações que me fazem sorrir, o mesmo segundo dedo do pé que insiste em encavalar no dedão. Coisas e coisas. Como diria meu bom e velho amigo que decidiu partir pra sempre: peixe-peixe. A língua que estala no céu da boca. O olho que aperta quando ri. A cabeça virada pra dormir. Amanhece o mundo quando acorda, principia, dá licença que a hora é de fim de mundo e de noite, apenas. O beicinho estimulado faz plec plec plec. Só quem sabe que sabe. Quero a não palavra. Quero continuar a lhe ouvir silêncio, enquanto escuto só meu coração que anuncia chegada, princípio, desejo, amor, sublime e terno. Seu jeito de não se comunicar resolve todas as minhas aflições. Nunca a não palavra foi tão compreendida por mim, substancialmente. Materialmente. Sutilmente. Água, olhos arrega

cami nu

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Daqui estabeleço contato com o mundo. Ou não. Aqui o mundo estabelece contato comigo. Ou não. Nada diferente, nada ausente, tudo escolha. Hoje se parece com nunca. Não sei mais o que escrever, não escrevo mais poeticamente, não sei. Há destroços dos últimos meses, há esperança sem limites, há um novo amor mais forte que tudo. Um que descobri caminho, eu caminho, nova forma de amar. Há mar. Estou a caminho de mim, enfim, e amanheço certezas. Pode ser espera. Pode ser, espera. Com-ti-nu-o-meu-caminho.

Vozes de Minas e os parceiros que nos encantam

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Dia 16 foi dia mundial da voz. Ou algo semelhante. Me sinto muito confortável para falar disso. Este ano faço 20 anos. Aniversário de 20 anos trabalhando com a voz. Às vezes, dizem os menos atentos: - porra você demorou menos de 3 minutos e ganhou um dinheiro fácil! Minha resposta: - quem falou que eu demorei 3 minutos? Demorei 20 anos. É mais ou menos assim. Todo mundo sabe as cachaças que os outros tomam, mas não sabe dos tombos que os outros levam - diz o ditado. Demorei 8 anos pra que chegasse um roteiro em uma produtora de áudio com o meu nome. Trabalhei muito de graça - trabalho desde 14 anos de idade - e muito pra que conhecessem o meu trabalho, pra construir (eu bem sei) o que acho que é a tal competência. Ainda bem, continuo aprendendo. Todos os dias. Os detalhes fazem toda a diferença. A sutileza é a chave do meu labor. Do trabalho de quem tem o meu mesmo ofício. E o melhor de tudo: ainda me emociono no meu trabalho, constantemente, mesmo após 20 anos de MUITA luta. Recenteme

Bogeder

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Bogeder. Não achei nem no google translator. Esse era o nome do meu barquinho da avon, que eu tinha quando pequeno. Com ele, navegava meus sonhos na banheira de casa. Minha mãe custou a entender o que eu queria quando pedi a ela: - eu quero um Bogeder. Sonho de menino é assim. Pode não ter explicação. Hoje não. Tenho que explicar meus sonhos, tenho que sonhar racionalmente, tenho que sonhar sonhos possíveis, tenho que sonhar um não sonho. Ainda vou escrever um livro com esse nome, vou fazer uma música, vou compor um poema, ainda vou cantar esse barco. Vou navegar suas ondas, ouvir a sua calmaria e aportar no peito, calado, em dia de tempestade. Quero ver a chuva molhando sua tinta, a espuma no casco. Quero o lodo do uso. Quero o mistério de seu silêncio navegável. Quero que o sal tempere sua madeira. Quando, um dia, navegar o Bogeder, tudo vai estar diferente de agora. A primeira coisa que pensei quando vi esse barco na praia do toque, perto de Maceió foi: o Bogeder existe.

Cada um sabe de si.

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Colégio Sto. Tomás de Aquino. Confesso, tenho livro dele, mas não cheguei lá, filosoficamente falando. Só algumas passagens, todas intrigantes, mas ainda não estou no ponto de ler São Tomás. Em uma aula de catequese, sexta série do primário, 1985, meu professor, de quem não me lembro mais o nome, era um professor substituto, tentou ensinar: Vocês sabem o que é o inferno? [silêncio] Veio o exemplo: não se pode dizer com exatidão o que é nem o céu, nem o inferno. Pode-se explicar: o inferno é como uma mesa posta. O melhor pão, o melhor vinho, o melhor queijo, as melhores frutas, a refeição feita com carinho, talheres, pratos, tudo lindo, limpo, novo, brilhando. A gente pronto, de banho tomado, com fome, bem vestidos, ao lado da mesa, já sentados em nossos lugares. Nos melhores lugares. Só que por algum motivo, alheio ao nosso entendimento, não conseguimos tocar na comida. Por mais fome que tenhamos, por mais perto que estejamos, por mais sedentos, por mais que a gente queira. Sentimos s

Não deu pra segurar, isso eu tenho que postar.

Opinião minha, ninguém precisa concordar: achei o filme SEM LIMITES um absurdo. Se eu fosse Procurador, ia entrar com uma ação, processo (desculpe, mas sei lá o nome jurídico que eles dão pra esse tipo de coisa, entendo de Direito como entendo de rugby) ou sei lá o quê, pra PROIBIR a veiculação. SIM, acreditem. Tipo CENSURA mesmo, por mais bizarro que isso me pareça, inclusive... DETESTO esse tipo de censura, acho um absurdo, mas acho também que tudo tem (ou deveria ter) algum limite... O filme SEM LIMITES é exatamente como o nome diz. É a maior apologia ao uso de drogas que eu já vi. Bem feito até os 5 ou 10 minutos finais. Aliás, vou contar o final pra avacalhar de uma vez, afinal, quero dar a minha contribuição pra diminuir o número de gente indo no filme. Quem quiser ver (porque é sucesso de bilheteria nos EUA) não leia o final dessa opinião: 1 - o cara se dá bem, ele não morre, não é assassinado, não se estrepa, não perde a família, não tem que vender a mãe pra comprar droga,... a