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nada além da palavra

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Você me leva? Levo. E de repente, ouvi... você me l-eva? L-evo. Sim. A Mulher e o Eterno, lidos pelo L, como no hebraico antigo, sem vogais, como se a letra L sozinha pudesse me dizer o verbo "ler", só com sua primeira letra indicativa... Não vai ser fácil escrever esse post, como não vai ser fácil lê-lo, ou entendê-lo... EVA, presa em "leva" e EVO, preso em "levo" pedem po-ética-mente para sair. Querem se encontrar. Querem estáBêlêser-se. Todas as letras saltam agora, aos olhos, aos sentidos, às leituras, aos cantos, ao umbigo. Um telefonema, ela desligou. Ela des-ligou, por mais que houvesse algo, por mais que estivesse certo, por mais que estivesse espera. Há sinal de ocupada. Que linha é essa? Eu des isto, eu des aquilo enquanto con-ti-nu-o fazendo figa. O simbolismo parole embaralha o viver, enquanto a palavra encanto, me coloca atocaiado, em canto, no canto, lá. Vou voltar pra Holanda. Lá, onde há moça brinco de pérolas, leio o "anda" na pa

Sobre Poodles e a Legião Estrangeira

Estou mal de gripe. Febre desde segunda, comecei os antibióticos na terça, ontem tirei xerox do pulmão e da cara (face, você sabe...) e estou de molho no sítio dos meus pais pra ver se eu melhoro até amanhã. Suando igual tampa de marmita, fui obrigado a ficar vendo filmes e me entediando com o barulho da chuva. Num deles, fraco, produção francesa, uma cena chamou a atenção. O filme se chama O Último Vôo. Bom, se o nome for esse mesmo em francês, aí sim vou achar o filme uma porcaria. A tradução é O Último Vôo. Como estou com a capa da locadora, nem sei o nome real. uma mulher piloto vai tentar buscar seu amor perdido no deserto do saara. Ele também é piloto e desapareceu no deserto. (claro, o título aí já fode - desculpe, mas é verdade - o filme) ela encontra com um tenente puto com um capitão porque ele era amiguinho dos Tuaregues e o capitão que chega sem avisar começa a bancar de eu-sou-francês,-sou-eu-quem-manda-aqui,-cambada-de-macaco-que-anda-de-camelo a mulher pede ajuda ao ca

POW!

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Foi como um soco! O show do Paul McCartney foi tudo que sabemos que seria. Emocionante mesmo, uma porrada. O cara não mudou o mundo à toa. Deu pra chorar, pra rir, pra pular, pra dançar, pra viver a felicidade de estar ali, vivo, pra experimentar um Beatle ao vivo. Não tem muito o que dizer. Foi bom ter ouvido Blackbird tocada ali, assim, daquela maneira. Ah, sei lá. Sim, é lá onde sei que mora esse ídolo, esse mito, esse encanto que toca gerações, independente do chavão. Como diz meu amigo Ramiro Maia, " brigado cê-tê-vindo, Paul! "

Como disse bem minha amiga, "convive com isso um pouco..."

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Saí do Filme Tropa de Elite 2 chorando muito. Não estou nem aí pro que podem pensar disso. Chorei pelo Capitão Nascimento, chorei pelo nome do Capitão Nascimento, chorei pelo filho do Capitão Nascimento e pela vontade dele de fazer a coisa certa, fazendo a coisa errada. Afinal, Capitão, o que é certo e errado mesmo? Conheço algumas pessoas que acham que sabem o que é certo e o que é errado. Chorei por essas pessoas também. Chorei pelas 5 mães e 5 filhos, muito muito muito pequenos (acabaram de aprender a andar) que estavam na frente do Kinoplex Itaim, brincando junto à praça de alimentação. Chorei pela ingenuidade das mães e pela ignorância das crianças. Chorei pelo Bairro do Itaim Bibi e seu trânsito. Chorei pelo Staybridge Suites São Paulo e quem se hospeda lá. Chorei por quem não tem o nome na recepção do Staybridge Suites e quem nunca vai ter o nome na recepção. Saí andando chorando pelas ruas e decidi não passar na frente do ponto de ônibus, que estava lotado. Ninguém que vai pega

"Convive com isso um pouco..."

" porque você tem essa abundância de amar "... ela disse.

talvez esteja debaixo da bancada da cozinha

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O humor antecede o amor, disse Erica. Diz ela: saboreleio seu blog . Influenciada ou não, saboreleio é o máximo. Tenho saborelido algumas coisas, Erica. Com ou sem amor, com ou sem humor. Comecei finalmente a ler um livro que ganhei no natal passado: La Sombra del Viento. Esse eu tenho saborelido com aMOR. Com muito Amor. É que Barceloni me parece mais perto lendo o livro. Sim, resolvi mudar o nome de Barcelona. Eu posso, Barcelona é minha. A minha Barcelona é única, é toda, é tudo, é Barceloni. Da última vez que estive lá, passei em baixo do arco-íris (clique e veja que é verdade), dentro do avião, no meu pouso depois da grande tempestade. Um ano se passou. Eu voltava do Caminho de Santiago e havia chovido e lavado toda a sujeirinha que eu e Barcelona acumulamos ao longo de nossas muitas vidas. Eu, de coração novo, em festa, em ebulição, em dúvidas, em gritos. Nessa época, meu coração ia na frente, que já andava por si só, tal o com-passo revelado no Caminho. Nem dá pra dizer. Meu

sonhana

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Ana, seu sonho comigo re-vela. Estou com a camisa poída. Há buracos maiores e menores. Sim, estou suado e cansado. Mas insisto em colocar os pés na água, enquanto vejo a mar. Eu tenho visto muito a mar, Ana. Não sei exatamente a quanto tempo acompanha meu blog. Mas se já há muito, sabe que pra mim, é A mar. Acho mais justo. E ouso sonhar a mar, ouso olhar a mar, ouso querer a mar, e independo do suor, do que é preciso fazer aqui do outro lado do condomínio, da praia, do que é revelado a cada dia e exige a luta diária. Não estou preocupado com a limitação de quem olha e não vê a mar. O tempo dessas pessoas vai chegar, mais cedo ou mais tarde, nesta ou em outra vida. E amargas agruras de quem se arrepende por não ver ante(s) a mar. Continue sonhando, Ana. Continue sonhando Ana. Há na pessoa no encanto no canto na gente o de-feito de a-cre-ditar. Dorme bem. Bons sonhos.