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reflexões em 31/7

O outro lado do mês, que se inicia dia primeiro, dia do meu aniversário. Seria meu desaniversário? Eu não estaria de parabéns? Eu não ganharia presente? Não seria presente o dia 31 de julho? Não. Sim, ele está presente. Eu sei. Eu sabia. Eu me lembro. Eu estou. E acredito fé, sabendo os encantos do dia de hoje pra mim, para a memória, para o encontro, para a história. Ouso sonhar-me atemporal e acreditar no estando, outro tempo, outro Outro.  o Outro de que - ou de quem? - falava Lacan... Eu queria saber algo sobre isso para fazer esse comentário. Mas só sei que O  nada sei (não, isso é uma adaptação minha, não estou citando meu amigo grego). Mesmo sabendo que a tradução pode estar traindo, me traindo todo esse tempo. *** Não sei exatamente o que dizer sobre hoje, sobre Hoje, sobre on-tem. Tem um cheiro, tem uma pele, tem um manto que continua cobrindo meu ser. Nosso e-star parece t(s)er uma espécie de estrela, não sei de que grandeza, que, cadente, mostrou o caminho a seguir. Talvez,

vo

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fiz-me giz, pinto nos azulejos encantados do mundo. estou feliz, durmo noites de noite atravessado na cama. por um triz, me perco em desvios de planos mun-danos. a hora da estrela atravessa a expectativa do menino que olha para o céu e espera. sabe que não há letra maiúscula, que não há nada a se impor frente à verdade verdadeira. verdadeira. verdadeira. amarro a corda da vida no meu pescoço e salto do branco banco precipício da mente. enfrento meus pensamentos que insistem em pedir pra serem escondidos. coloco-os para fora. fora, eu digo. fora! amanheço me e entendo a necessidade de estar presente em minhas coisas todas. a vida é verbo e verbifico minha existência consciente, aberta à não explicação. vi-vo.

Mãe d'água

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Conheci Iara há muito. Bem verdade que tenho mais contato com Iemanjá. No entanto, entre tanto, descubro feliz, certo dia, uma foto de uma bela moça na mesa da competente reitora: - Ah, você tem que conhecer minha filha. Essa sim, é um espetáculo ... Conheci. E, sim, não era olho de mãe. Presença marcante, divertida, inusitada, bem humorada, a doce presença de Iara tem me ajudado muito. Hoje, acho que já posso ousadamente dizer que somos amigos, porque caminhamos de mãos dadas para isso, trabalhamos juntos, e fazemos do ofício de comunicar, a arte de aprender e apreender. Um com o outro, outro com o um, todos conosco, onde estamos. Eu, desesperado e intempestivo. Ela, calmaria, organização e olhar crítico. Um pouco ácida. Melhor do que eu poderia supor. Tenho aprendido muito com Iara e seu jeito, seu olhar distantepresente, sua meiguice de óculos, conversando com o noivo ao telefone. Um gosto em comum: blogs. Aliás, motivo número 3 da nossa aproximação. Com a amiga Natália, exprime con

m-ente

Ele queria que fosse diferente. Que um riso, que um sonho, que um phone, um contato fosse fato, fosse feito, fosse... enfim. Queria que o sono de viver não estivesse, não se mostrasse, não aparecesse assim, real, tão estupidamente empírico. Sim, Otelo, Mouro, Moura, que Shakespeare, que shake. Seu sentido, sem ti, dor. Sem jeito, melhor dormir um pouco. O Tempo acabou de passar. E resolve nãonuncamais voltar. Sabe? Também sei, eu vi. E vejo um pouco a cada dia, na triste memória que insiste em deixar sua marca impressa no porta-retrato da mente. Sim, mente. Triste-mente. Os ipês rosa de Belo Horizonte têm nos salvado da morte súbita.

mix e entrega

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Ontem vi. Hoje tiro os óculos. Peço ao tempo: - me sorri. E ele, seus mistérios. Na ponta da vida que sinto na ponta da língua, sabores, misturas, poemas de amores. No peito do largo defeito que sinto em mim, clamores. E meus ais dessalgados. Há mar, amor, há filtro solar. Há descobertas molhadas pra quem navega vermelho sangue, coração. Há paz possível nesse meio sentido de êxtase esperança, medo saudade, con-fusão sem-ti-mental... Há alguém que sonha recados e lhe conta no dia seguinte. Há Deus, pra sempre.

carcereiro dorminhoco

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Eu disse a Carla Vergara que havia deitado à tarde e sonhado. Tenho sonhado com palavras. Não sonho mais com pessoas, desde que tudo se foi. Hoje, no dia 18 de julho de 2010, terminei de ler Grande Sertão: Veredas, oficiosamente. Ofício de ler, reler, sonhar e ressonhar palavras. Curiosamante, palavras que tenho sonhado, Não sonho mais pessoas. Será que elas nunca mais vão me fazer sonhar? A cre dito a mor, a cre dito a mar, e a poesia é a única forma que encontrei hoje cedo de tudo, de tudo voltar. Chronos me aprisionou em seu sonho, ele sonha comigo. Kairos, meu amigo, acorda meu carcereiro. Mas ele volta a dormir. Dor mir e sonhar. Hoje, à tarde, sonhei com a palavra ADEUS. E, misteriosamante, só pude concebêr e a cor dar: A DEUS... na foto, o cruzeiro de Curralinho, despedindo-se do dia 02 de julho de 2010.

olhos nos olhos

poderia dizer tudo como posso dizer nada. entre nós, o pó da estrada. pode, ria, dizer tudo como posso dizer? nada em trenós, o pó da estrada poderia dizer: tudo como posso? dizer nada? entre nós, o pó da estrada... imagino-te olhando isso... lave os olhos antes de dormir... E o Rio de Janeiro continua lindo.