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nutreu

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só nutro o que preciso agora: só neutro o que permeia, embora só fonte que me faz da hora somente a luz que me devora Sou grato. Devo dizer do mar e do que voa, devo dizer do amor de uma pessoa. Preciso urgentemente amar sem medida, sem sentido, sem saída. Preciso, urgentemente. Falo do sangue, do verso, da palavra. Falo do tônus, do ônus, da estrada. Falo falante, que as falésias do mar testemunham o mergulho. Orgulho. Sinto-me medo, sinto-me cedo, sinto-me gato escaldado que brinca na tina. Serpentina. Sou gato, sou grato, sapato no ato. E corro ainda, desejando. Andodesejo Desej-ando...

Dos olhos de uma criança

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Fui almoçar no Mandala, o restaurante de comidas naturais da Savassi, bairro charmoso de Belo Horizonte, cidade onde moro atualmente. Na mesa da esquina da minha mesa, uma menina e um pai - supostamente. Ela deveria ter uns três anos, calculo, tendo em vista os meninos pequenos com os quais convivo hoje em dia. Por um momento não tão breve, não tão longo, me olhou fixamente. Se virou pro pai e disse: Não tem ninguém almoçando ali, naquela mesa. - apontando a mesa onde eu estava (ou supostamente estava, já não sei mais...) ... Por quê? Por que a menina não me viu? por que a menina não viu o me ? ou será que ela viu além do me ? Ela viu a verdade tudo nada eu? Me recolho ao ninguém que almoçou ali e pauso meu existir. Encanto-me com meu tudo nada e me preencho de nenhum significado. Me alegro. Agora sou só alegria nos olhos vazios da menina que só vê alegria de nada. Engraçado: alegria tem fome ... Criança tem uma sensibilidade, né?!?

Dois mil e jazz

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Novas matizes vão surgindo, enquanto me encho de cores. São cores de todo o tipo. Cores cheirosas, cores azedinhas, cores agridoces, cores quentes, cores dores. Cores respiro de mim, banho de satisfação. Passei o reveillon em meio às cores tantas que conheço, que dançam no ano jazz, como diria um peregrino amigo meu, e convidam pro baile. Dançe com as cores. Faça amor com elas. Ouça seu ritmo, encontre a frequência frenética daquela que te diz tudo. E aceite o gosto e o desgosto como parte emocionante da caixa de lápis de cor. Tenho uma foto em jornal, do arco-íris mais lindo que houve em Barcelona. Neste dia, nesta hora, no meio círculo completo que se inscreveu no céu, chamando a atenção, eu chegava naquela cidade colorida. Lembro de olhar na janela e ver o avião passando agradecido por baixo do arco-íris pós tempestade. E ver a foto, do momento, à cores, no dia seguinte, inusitadamente... Na foto, nas mãos, o violão mágico que toca cores, do violonista e violeiro brasiliense que nas

Eu vejo você.

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Talvez não haja nada a dizer hoje, se não, " eu te vejo ". Poderia ser eu te sinto, eu te percebo, eu te estou, eu te tu, etu eu... mas nada que as palavras não traiam os sentidos, sentidos, sentidos. Estou em casa, olhando pra trás, olhando pra frente. Vejoooaagora e percebo que já é natal. Em nós, em tudo. Quero viver na floresta, quero a natureza do ser, quero poder, simplesmente. Naturalmente. Eu Caminho. Caminha. Cameu. Caminho. Peço um tempo apenas. Vou voar ali e já volto. Tenho que escrever o livro novo, que está dentro fora, no coração e na mente, verdade. São mais de 1.500 fotos, mais de 8 motivos, mais de 8 centos quilômetros... e tudo, no nada escondido atrás da palavra. Sim. Vou tirar uma espécie de férias do blog. Pra resolver isso. Lá pra segunda quinzena eu estou de volta, eu pouso. Quando inicia minha nova viagem. Um feliz natal feliz; um novo ano novo. Eu um, no céu, no mar, no ar, viajando e-levando meu baú de sonhos realizáveis.

Para em tender ao diz curso

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"l'anglais c'est la langue pour parler des affaires le français c'est la langue pour parler d'amour et l'espagnol c'est la langue pour parler à Dieu." Tantico de inglês, pouquinho de francês, bocado de espanhol. Ouso acre-ditar: a palavra, do oral, na língua. Na ponta da língua. A boca que beija, que fere, maltrata, nela brota semente, do discurso, diz o curso, fala fel. Oramor, orador, que sentimente e trai, se trai, resvala palavra. A pá da lavra. Garimpeiro de letras, embrenhado em sufixos, superlativos de nós, que classificam desatinos. Destinos. Tino pra continuar seguindo. Procurando, pró-curando, pro cur ando e pro cor ando... caminhando, palavrando, desatando. Palavreando. Ajoelho nas letras, me cubro com frases e aguardo o silêncio: O tempo é amigo da palavra. O tempo, palestrante dos sentidos.

D'eus.

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Bem, eu não vou fazer apologia a nada. Eu gosto de natal e pronto. Acho que se for esta a maneira das pessoas ficarem mais sensíveis, uma oportunidade de fazer do encontro uma espécie de marco, já vale. Bom saber que há o brinde, há a entrega, há o olho no olho, a vontade de ver e celebrar. O poder do rito novamente se faz presente, presente num dia cheio de simbolismo, pra quem acredita no tipo de amor que renova, que faz deslocar, que sem querer nos toma de assalto. Meu amigo Paul, da Holanda, me disse já faltando uns 150km pra chegar em Santiago que ele estava abismado. Nunca imaginou que um dia diria que Jesus transformou sua vida. Ele era desses céticos, desses difíceis de dobrar, sabe? Mas se transformou sem que pudesse prever, por ter encontrado uma energia diferente no amor que vivenciou no Caminho de Santiago. E olha que analisava tudo com a máxima lógica, a máxima métrica, a razão máxima, mesmo ao tratar do Caminho, sua história, sua essência. Mas Paul não pode com o amor que

Rotunda branca

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E com o brilho no olhar habitual, a menina me contou em tom de confidência o que ele havia dito pra ela, no dia em que se conheceram...: - Eu já quase te amo ! Fiquei pensando sobre isso. Sobre se, quantas vezes pude dizer eu já quase te amo ... Bem verdade que eu já disse eu te amo. Poucas vezes. Alguma sem sentir. Outras, deixei de dizer. Amar é instante. É sempre, é infinito. Como tudo, não morre, transmuta. Para mais e para menos. Para um lado, para outro, para-quedas, para-raio. Pára tudo. Slow motion do existir. São interessantes, as confissões sem medo, sem sentido, sem pudor. São boas as que representam confiança, entrega. Entregar-se é um ato de amor. Entregar-se é o primeiro ato de amar. Até quando a coxia?, até quando aguardar nos camarins de luz apagada, ao som da platéia que entra no teatro? Ouso ouvir o segundo sinal, enquanto o lápis de olho é colocado sobre a mesa e o espelho me fita inclemente, dizendo do tempo, da escola, da luta da vida, da sombra e da luz. - Eu tam