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O banquete da Nana

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Tiradentes, jantar do dia 11 para o dia 12 de julho deste mesmíssimo ano. Foi como encontrar com vovó Lygia. O aniversário da minha tia foi um retrato que se pega de surpresa na gaveta, e revela, inesperadamente, a constatação de se ter vivido intensamente... Naninha é assim. Sempre sorrisos, sempre atenta, sempre Sempre . Ela, como poucos, sabe o que é viver. O que é sobreviver. Sabe sobre viver. E sobre: vive assim, a nos ensinar, procurando no gesto, na palavra, o texto único que a faz uma professora das antigas, alguém disposta à troca. Delicadezas nem sempre percebidas: um recorte de anúncios de jornal pra comentar comigo, a curtição de uma tarde de convívio com as irmãs, uma indignação com as coisas pequenas das pessoas com hábitos pequenos. Naninha sacode a gente. Brava, dócil, tem o sorriso no olhar. E tem o jeito de olhar no próprio sorriso... Doida com o neto mais velho da minha avó, terna com seu neto mais novo. Ontem, quando sua neta mais velha a abraçou em uma hora qualque

Paradoxo do Amor

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tudo mais abstrato  nada mais palpável tudo mais abstrato tudo mais palpável nada mais abstrato  tudo mais palpável nada mais abstrato nada mais palpável

A___________b___________________ISMO

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Sou página em branco, lutoalegria, desejo de som, - silêncio!: panela vazia. Manteiga no sol, tempero do amor, reflexo da dor, - ciume!: sou só. Nostalgia. Recibo de mim; espelho no escuro; sou duro. Afoito e sem ar. Sou pedra, sou cedro, um dízimo ínfimo... Me ame assim, borboleta do mar. Mingau sem sal que queima na língua e racha os lábios de cor-te sabor. Apaga o amarelo, me traz o vermeho, enche o balde, transborda a lata e escuta meu grito: - agonia. Sou todo todo, sou todo todo. Sou todotodo, sou todotodo. Tudo, todo e todo tudo. Me perdoa...

Barato Total

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Acordei 5:27h. O relógio estava marcado pra 5:30h. Me recordei da fase, quando tinha acabado de separar, quando eu aceitava até batizados, programas possíveis pra quem não quer ficar só, não quer pensar muito nas coisas, outras, todas, enfim. Meio confuso, me levantei, peguei a roupa de corrida que eu tinha separado na noite anterior. Dormi cedo e não sonhei. Tomei um iogurte, comi uma banana, comi uma maçã. Coloquei um boné pra pentear o cabelo e lá estou eu na garagem de casa, a coruja a se perguntar: que diabos esse desinfeliz está fazendo aqui a esta hora?!? Acendi o farol, saí da garagem e fui ter com a noite, com a lua, com o dia quase amanhecendo. Subi pro Belvedere vendo a lua cheia, no horizonte, no céu preto azul, moldura de sonhos esperados dos românticos de plantão. Senti frio ao descer do carro, alonguei, e lá estava eu, a pesquisar o entusiasmo contagiante da minha amiga que faz da corrida sua religião, seu ar, sua água. Ela não viu que a entreguei uma flor imaginária em

A Pureza da Renata

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Fiquei com o post da Renata Feldman na cabeça. http://renatafeldman.blogspot.com/ Na verdade o post não me bateu tanto. O que me bateu foi o desafio:  "E você? Qual foi (ou ainda será, de acordo com o que você sonha) a maior emoção da sua vida?" Lá eu coloquei algumas coisas que me vieram na hora que li: o dia do meu casamento estar ao lado da minha avó quando ela faleceu o lançamento do meu livroCD o casamento do meu melhor amigo quando minha mãe sofreu um enfarto algumas noites específicas de amor ardente (eu disse amor ) uma decepção terrível com uma pessoa extremamente próxima Ou seja, algumas coisas que me vieram prontamente. Não necessariamente na ordem da menor pra maior emoção ou o contrário. Pensei em coisas que me sacudiram internamente. Agora mesmo quando escrevo este post, lembro de outras tantas: o dia em que desembarquei em Madrid pela primeira vez, na minha primeira viagem ao exterior quando levei de volta pra Catedral de Toledo a aliança que havia comprado lá

GPSoS

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11,52 km. 1:05:15h. Fiz uma montagem pra ficar mais fácil identificar o percurso, pra quem tiver curiosidade e clicar na imagem acima. É interessante como o coração da gente bate forte, cadenciado, ritmando as passadas, ouvindo as músicas, sentindo o percurso. 24 km neste fim de semana, mas uns vinte minutos de natação, uns 1.000 metros... Tudo pra tentar compensar os excessos. Muitas garrafas de cerveja, um chapéu pra criar um clima, uma camisa polo com um jacarezinho pra brindar o aniversário, bombons de fruta de uma caixa dada pelo dono, amigo do bar. Não comi nenhum bombom. Torresmo, sanduba de filé com ovo, cebola, tomate e queijo. Um pastel. Isso eu comi.  Alguns amigos. Tinha muita gente que eu queria que estivesse ali. Curioso que o ato falho se extende pelo texto. Quando escrevi a frase que veio antes da anterior a essa, coloquei: "tinha muita gente que eu queria que estivesse ela ". Notou o "ela" no lugar do "ali"? Mas eu mudei pra postar o &quo

Crises

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Boteco com a Cris. Fui cavalheirescamente pegá-la em casa.  Cris descendo a escada do prédio, na parte externa da habitação e, de dentro da janela do primeiro andar, se ouvia: - Tcha-au! E a Cris, também falantando: -Te-a-mo! E ele: -Te-a-mo! Ela: -Tcha-au! Ele:  - Te-a-mo! Uma coisa ! Daí, me pareceu que a blogueira não foi tão feliz no "hoje vou assim" (http://hojevouassim.blogspot.com/), justamente quando foi sair com seu amigo aqui. Eu disse a ela:  -Pô, Cris, tem certeza? Não vai sentir frio? E ela: - Hum... ah, deixa pra lá, ele vai ficar mais excitado se eu voltar pra pegar uma blusa de frio... Putz!, pensei: Mãe. E ponto.  Já hoje cedo, outra Cris me conta:  - Vovô, neném patel!  Neném patel, vovô... (" pastel" , ele queria dizer) Uma coisa!  Imagino que tão deliciosa quanto a cena que presenciei.  Uma, Cris. A outra, Cris. Duas Crises, duas mães. Apaixonadamente de olhos brilhando por seus picurruchos rebentos. E o mais doido: pergunta minha mãe sobre mim