Postagens

Fátima ouviu a cítara

Imagem
*primeira das fotos encontradas quando se googla Willian Bonner No livro de Luiz Alfredo Garcia-Roza, " Palavra e Verdade - na filosofia e na psicanálise " - coisas que, sinceramente, me intrigam -, fui surpreendido logo de início. Diz o livro: aedo, poeta-profeta da Grécia arcaica, possuia a palavra portadora da alétheia , da verdade. Fiquei pensando: quem seria o aedo dos dias atuais?  Quem tem a cara do Orfeu contemporâneo? Willian Bonner? Bem ele não toca cítara e não canta, pelo menos na televisão... em compensação, é cheio de filho. E pra ter muito filho, só sendo poeta. Meu avô era poeta. Teve 15 filhos. Aliás, minha avó quem teve 15 filhos. Se tem alguém que está de parabéns, em termos de poesia, esse alguém é definitivamente minha avó. Putz, 15?!? E notem que escrevi quinze em numeral, pra ficar mais dramático, coerente com o jeito da minha família. Vô Marú sim, foi um aedo. De verdade. E ele não tinha a Rede Globo no lugar da cítara...  Quem é responsável pela alé

Amor ao Ser Tão

Imagem
( Essa é uma gravura de um artista incrível que conheci em Rennes, FR. Mas, evidentemente, ele é do sertão da Bahia. Seu trabalho encantador fez com que eu mudasse o foco do meu mestrado... Em uma parte dele vou analisar uma de suas exposições.  Vale conhecer seu trabalho: procurem no google Juraci Dórea. Mas vamos ao textinho. Juraci só veio pra nos brindar com uma linda ilustração e ser boa dica pros mais atentos.. .) É quase(?) heresia. Mas o amor precisa da ousadia sem limites. Espalhafatoso, meto o pé pelas mãos e coloco na caçarola Guimarães Rosa, não sem derramar um pouquinho, e tempero com Maquiavel. Na hora de servir, um clássico... Guimarães: " Diz-que-direi ao senhor o que nem tanto é sabido: sempre que se começa a ter amor a alguém, no ramerrão, o amor pega e cresce é porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja, e vai, na idéia, querendo e ajudando; mas, quando é destino dado, maior que o miúdo, a gente ama inteiriço fatal, carecendo de querer, e é um só facear

Diadema

Imagem
Noite aberta, é só entrar No peito, a luz da tela do computador, que não me deixa mentir O silêncio da madrugada espanta a minha alegria O medo da morte é uma luzinha no teto... Não olha pra ela quando for deitar Não olha pra ela quando for deitar Não olha pra ela quando for deitar Não olha pra ela quando for deitar Descubro a trilha do desconhecido E só faço olhar, olhar Daqui tudo é impreciso Daqui tudo eu preciso Do som, do toque, do beijo Daqui preciso descobrir a música da minha alma Pra tocar por aí numa noite dessas Pra sair por aí numa noite dessas A viajar nas estrelas dos sonhos alheios Esse é mais um poema letra, ou letra poema, que tem uma música dentro... um dia ela desperta e vem adornar. As cabeças, os cabelos, as madeixas... (ilustração vetorizada feita por um ex-aluno... quando lembrar, coloco seu nome)

Nada contra um bom REMIX

† A morte devia dar uma espécie de bônus pra muita gente, né?  Remixar anos, dons, vôos e apostas. Linkar esperança com chutes em baldes, transmutar o "dia-a-dia" em "uma noite apenas" (interessante que esse último termo em inglês é bem mais dramático).  A morte deveria dar ao cantor um show a mais, ao poeta, uma noite a mais de amor, ao sonhador, mais um pôr do sol, à criança, mais uma tarde no balanço...  Acho que, antes de morrer, vou pedir a ela mais um torresmo, uma cerveja gelada, uma pinga enquanto ouço um CD inteiro do Gil. E do Queen, se ela me der uma forçinha.  Bem, só posso dizer o que já disse no lançamento do 8... A música é o sonho da palavra. 

Indico "A alma imoral" e "Ter ou não ter, eis a questão!"

Imagem
Fazer Mestrado em Comunicação tem me deixado bem perplexo.  Procurei uma palavra e achei: "perplexo". É uma boa palavra.  Acho que ela casa bem com essa pseudo-introdução...  Quero ler Gilles Lipovetsky. Quero lê-lo e não achar que a publicidade é sem sentido, sem motivo, sem razão. Quero dar sentido à minha vida publicitária enferma. A "sociedade do hiperconsumo" - como ele diz - deveria ler Nilton Bonder. O líder espiritual rabino Bonder, sabe que ser também é ter... Olha o rabino aí: " Não só a carência física dará valor às coisas do mundo, mas também as carências emocionais, intelecturais e espirituais. As prioridades e as limitações da existência terão grande impacto sobre essas decisões do ter e do não ter. É na profundidade e precisão destas valorações que se manifestará a qualidade da experiência de 'ser ' ". Mas valor? Aiaiai. Estão pedindo demais de mim. Estão pedindo demais do outro. Quem falou que somos capazes de estabelecer Valor? Arn

A Lada Palavra

Imagem
Em 2001 comecei a sintonizar um show de nome " do sonho da palavra ", ou " da palavra do sonho "...  Na verdade, era um " título uróboro " meio autofágico, meio geração espontânea, uma palavra comendo o próprio rabo , transmutada em movimento. Foi como os shows que antecederam o lançamento do meu livroCD 8 , mais uma preparação...  O show só foi pros palcos em 2002 . Apresentei em BH, Nova Lima e Divinópolis, com as presenças sempre marcantes de Anthonio e Sílvia Behrens.  Nessa época, letras e textos surgiram, como a letra abaixo, que não entrou no show porque só foi finalizada este mês... Pode-se dizer que f az parte de uma parte do   lemniscateano 8 ... E, breve, terá música da pianista Pamelli Marafon. Vale aguardar: uma letra de música sem música é como uma foto do pôr do sol. A palavra é pá escavando a alma A palavra foi pala do dia-a-dia A palavra tem(,) lá, um outro sentido A palavra buscada: lavra do entendimento A palavra, escada de quem

NASCIMENTO

Imagem
Quem nasce para a música sabe. Desde cedo, fui nascido para a música. E foi amando aos poucos e cada vez de um modo diferente, que me descobri um amante ímpar. Talvez por isso, quando, ainda na década de noventa, fiz meu teste vocacional e deu: Músico, eu tenha escolhido seguir: Publicitário. (Ahn?) É que não é uma escolha fácil seguir o que se ama... Sabe por quê? Porque a magia meio que acaba.  Eu já ouvi um quilo de vezes:  "- você sabe, né?!?: a gente não casa com o grande amor de nossas vidas..."  Sinceramente? Acho que tem TOTAL relação com isso. É como a escolha por Ser Músico. Escolher ser músico implica em desmitificar o sonho, revelar o possível, descobrir o limite, encontrar a falta. Ou seja, a música passa a ser não mais o prazer puro e simples, o tesão incontido, o amor sem fronteiras. Ela se transforma em nossa frente e vira algo palpável, real, finito, limitado, questionável, imperfeito. Mas o Grande Amor É perfeito. Por isso é muito perigoso casar-se com ele.