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Mostrando postagens com o rótulo #poesia

Para Fernando, Nestor, Manoel e Beatriz.

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Em setembro de 1990, depois de nove meses de intensa preparação, 20 músicos, atores, dançarinos, bailarinos, cantores, instrumentistas subiam no palco do Teatro do SESI para a estreia do musical Manoel, o audaz. Com direção geral de Nestor Sant’Anna - meu pai, que hoje completa 71 anos - e roteiro de um de seus parceiros de sonhos e ideais, Fernando Brant. Dois grandes pensadores e agitadores culturais, Nestor Sant’Anna e Fernando Brant passaram a vida sendo vozes de um mundo que eu ainda não conheci. Um mundo onde a cidadania, a honra, a verdade, a justiça são Valores inabaláveis. A fala dos dois, que vem desse mundo sonhado por eles e por tantos parceiros que comeram juntos a poeira da estrada por onde passou o jipe Manoel, ecoa em meu coração até hoje, e é o discurso que, quero crer, minha filha de 4 anos vai ouvir de mim e vai pronunciar de seu jeito aonde o povo está. Fernando embarcou em definitivo no Manoel, o audaz. Todos nós embarcaremos. Em meus sonhos mais íntimos

Eu pensando você

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Me acalmando. Me acalma. Me acalmaria. Me acalmario. Me acalmar. Me acalmo. Clamo calmo acalanto alma. Canto calma cala fala. Silêncio que me escuta. E o mar, muitas vezes.

Para Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque

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do facebook de Roberto Guido compartilhado por Patrícia Tavares Instituo verbo novo: Qurer.  Proponho desafio a Caetano, Gil e Chico. Que cada um faça uma música com o novo verbo Qurer. Ou, uma música dos três, tanto faz. Tanto faz. Proponho esse verbo n'ovo, verbo de resistência, que desconstrói a pura crença edificando-a na vontade. Que tira o verbo ser, conjugado no presente, da palavra querer.  Verbo de transcendência, que dá desse modo ao querer, o benefício do inefável, da dinâmica do andar com fé, que a fé, como já nos disse Gil, não costuma faiá. Juntei na bacia da minh'alma o crer e o querer. Pra dizer que eu acredito. Pra dizer que além de acreditar, eu quero. Pra dizer que além de querer, tenho fé. Não me venha com essa história que rir é o melhor remédio. Porque não posso ficar alheio ao que leio como crítica à contemporaneidade da alienação (a foto do Gil tocando violão no mesmo sofá de uma moça que ostenta um novo caro fone de ouvido), n

Tocando em Frente

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qu ando   and amo s o pre sente  de ama r ca minha mos en trela ça do s a pai xonados sou be  Odis seu volta r

Lis tras

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Faz tempo. Faz semente. Faz vento. Faço. Entrelaço aço no meu jeito, pai, topai, que sei o que faço. Venha. Traga-me a senha. Busque-me sentido. Sinta-me zunido estranho em seu ouvido. Ente. Sou este. Incomoda o fato. Ato. Relato. To, e movo. Para sempre novo, novo de sentidos seus. Renda-se. Rende-se conforme a trama do que alinhavamos, vamos, amo, somos mais que a linha, nunca és só minha, sominha de uma matemáticazinha sem sentido prático. Loga ritmo. E dança. Eu, que sou cheio de nós, serpentome minhas escamas, noite, dia, antes asfalto duro, manta de minha neoexistência. Lembre-se, filha, do Amor e do em lá se. E que eu sou, indubitavelmente, recheio na palavra seus.

Ficar, pensar, dizer.

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Fico pensando que não há o que dizer. Fico falando que não há o que pensar. Penso dizendo que não há porquê ficar. E escrevo. E decido solamente andar. Sem lamentar. Porque é chato. Principalmente porque é chato. Hoje não sei mais sofrer. Hoje nada me dói. As pessoas podem entender que rir é melhor que chorar. Que amar é melhor que brigar. Que no fundo no fundo, todo mundo só quer um abraço. E um carinho. E um sorriso. E uma gargalhada de tarde, antes do sol se pôr, ouvindo uma coisa engraçada e simples, e depois do sorriso só dar aquela suspiradinha gostosa e rir com os olhos pro outro que está na nossa frente. O outro pode estar fora e estar dentro, um dia a gente descobre que isso não importa. Não importa nada, de fato. Cabe um encontro com a solidão verdadeira, com o muro de nós mesmos pra que conheçamos a vastidão de sua altura, a concretude de sua largura, a força de sua imponência. E vale soprar o muro. De levinho, devagarinho, com o Vento da palavra amor que decidi

Nosso rumo

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Ele, menino, intuiu que era esse o Caminho a seguir. Descobriu que a amava quando ela se encontrava deitada, enferma, aninhada em suas mãos, passarinha de penugem clara e bico forte, selvagem por natureza. Percebeu que o peito da gente é só é uma gaiola. Soube que se deixasse ela voar, mantendo sua gaiolinha aberta, quem sabe, ela teria vontade de voltar pra fazer ninho? Os peixes são mais peixes quando n'água nadam. Ele, nada. E descobre em seu Caminho, muito caminho a andar. Ela voa. Ele, não. Ele caminha. Mas seus pensamentos podem voar. Seus pensamentos e seu coração.

A Rainha e o Cavaleiro.

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Cavaleiro Templário contemporâneo ainda ajoelha diante de sua Queen. Uma de dois anos de idade. Ela, filha, o abençoa em sua jornada. Odisséia pessoal universal única, se é que isso é possível, sai seu fiel cavaleiro andante pelas linhas tortas de seu destino, rumo ao nada. A ideia primeira, era andar de Belo Horizonte a Recife, ou seja, a distância de 2.222km entre sua casa e a casa onde mora sua filha, pra mostrar que "Pai é só uma seta amarela". Pai é exemplo, e só. Nesse caso, o exemplo de paz. Em busca das virtudes perdidas do Bem, do Bom e do Belo, alvos tangenciados tantas vezes e dificilmente alcançados. Não foi fácil, posso dizer. Fui eu. Foram 88 dias de caminhada, 14kg que se foram pra sempre, deixados, escorridos por cada uma das gotas de suor. Bagagem extra desnecessária na vida da gente. Acho que vou lançar um Best Seller: "Emagreça 14kg em 88 dias". O mais difícil é só a caminhada do Vaticano a Santiago de Compostela. Os detalhes são fáceis.

88 - 14 = 2.500

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Nunca fui bom em Matemática. Acho que agora sei o porquê. Como provar pra minha professora, pesadelo dos idos de menino, que oitenta e oito menos catorze é igual a dois mil e quinhentos? Foram oitenta e oito dias de provações. De raio a serpente, teve de um tudo. Um dia se aprende que corajoso não é quem não tem medo. É que coragem é só a capacidade de agir de quem tem coração. Devo confessar. Foi fácil: todo dia eu chegava na porta, ao sair, e jogava o meu coração bem distante, na cidade de meu destino. Daí, era só ir buscá-lo pra minha filha. Ela não pode ficar sem ele. Quando se tem afeto, afeito no sisal do verdadeiro amor, borda-se qualquer caminho, ponto a ponto, passo a passo, linha dourada que pontua: é vida. Eu vivo. E tenho histórias de há mar pra contar. Mesmo na areia, escrevo com verdade o que a onda do tempo lava, leva, louva. Deus sabe. Agradeço por não saber fazer contas. As contas que sei, são as que bordo neste mesmo lindo pano. Vou passar um tempo agora ten