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Às vezes

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Quanto vale o Amor? Às vezes, ouço essa música. Às vezes, não. Às vezes, reflito sobre isso. Às vezes, não. Às vezes, canto, às vezes, praça, às vezes, mato, às vezes, caça, às vezes, brinco de esconder. Às vezes, não há esconderijo que me perca. "Nem sei se gosto mais de mim ou de você" é uma contundente frase de valor atemporal. É um quadro torto na parede, a memória da pele, o sussurro do travesseiro, o escuro do teto, o verso do John.  Lennon está certo: Life is what happens to you while you're busy making other plans. While I'm busy, I barely hear. Parce que la vie est beaucoup plus simple en théorie. O no.  O valor estésico da palavra só transcende a língua quando ela não está colada na pele do outro.  Nem sempre.

Noitinha

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A noite finalmente chegou, sem estrelas. Éramos jovens. Acreditávamos na sorte de quem tem a ingenuidade pela frente. O cursor pulsa possibilidades de palavras tenras. Pulsa procura de palavras densas. Pulsa medo de não haver vernáculo que sustente. Eu tento. E, suspenso, sigo. Há o silêncio ensurdecedor das luzes que piscam atmosfera no breu. Existe encontro possível com os desejos plenos. Na espuma do copo, um pouquinho de solidão. Os antepassados vem à mesa, a procura de abrigo e se deparam com um discurso simples de quem só observa. A não ação zen budista descansa sua cabeça no ombro do ócio criativo, esquenta os pés nas cobertas da preguiça, é convidada para jantar com seu flerte, a aceitação. A resiliência toma a palavra. Não quer ficar fora do protagonismo onírico. Enquanto as estrelas não vem, o zumzum da cidade me fala que ela dorme de olhos bem abertos.