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Pare, olhe, escute

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Encontrei essa foto compartilhada pelo querido amigo meu e das letras e dos sonhos, Fernando Fabbrini. Ela veio a calhar. Na verdade, encaixou como dedo no nariz. Estou farto. E não é de comida. Os Titãs é que estavam certos. A gente não quer só comida. Ouvi a discussão de um casal e isso me deixou intrigado.  Ela: – Porque eu sei que você já teve um relacionamento com A, B e C. Eu pesquisei (no google, claro) e descobri que fulana, beltrana e cicrana blablablá, ticotico, nheconheco.  Aliás, acho que ela falava mais do nheconheco. Ele: – (       ). Fiquei pensando: sou antigo. Eu era do tempo em que essa pesquisa era feita no tête-à-tête, na pergunta e resposta, no olho no olho. A verdade era verificada na palavra. Mas não na palavra escrita na tela do computador por sei-lá-quem. Porque o olho no olho importava mais. Porque o olho no olho tinha mais valor. Talvez você já tenha presenciado a seguinte situação: uma pessoa quer lembrar algum nome em uma mesa d

Olhos puxados

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Do lado do meu computador, uma girafa de pelúcia me olha atenta. Não sei por quais mãos passou. Não sei se quem fez foi um chinês, vítima de abusos trabalhistas. Não sei se esse chinês tem uma filha que mora há 2.222km de distância de sua casa. Não sei se ainda há em seu pêlo céluas mortas da mão desse mesmo chinês saudoso. Não sei se esse chinês por um instante parou para olhar os olhos atentos da girafa que ajudou a fazer. Não sei se esse chinês sabe que do outro lado do mundo tem um pai brincando com a girafa e com uma filha pelo Face Time. Não sei se esse chinês tem a dimensão do olhar da girafa. Não sei se esse chinês tem a dimensão do olhar de uma filha. Não sei se esse chinês tem a dimensão do olhar de um pai. Não sei se olhares são dimensionados, como são dimensionadas as distâncias entre o chinês, o pai, a filha, a girafa. Talvez, o olhar do chinês seja o mesmo olhar da girafa. Talvez, o olhar da filha seja o mesmo olhar do chinês. Gira, faz de conta, girafa, pescoço q

E o canal se chama bis.

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Eu vivo no mundo do Naldo. Não, eu não sei quem é o Naldo. Eu sei que ele apareceu na frente de uma dezena de mulheres de biquini suadas, felizes, contentes, pulantes na minha tv por assinatura e eu parei pra ver do que se tratava. E descobri que vivo no mundo dele. Parabéns, Naldo, o mundo é seu. Deve ter muita gente dançando essa sua música depois da meia noite nos casamentos nos dias de hoje, quando o whisky já fez efeito, e não importa mais quem está de terno, de vestido de mais de 2 mil reais, quem pagou 500 reais em uma maquiagem ou esperou 3 horas em um salão de beleza. Toda essa muita gente "quer é mais". Interessante: vodka ou água de côco pra você tanto faz. Pra mim, não. Mas não vivemos no meu mundo. Vivemos no seu. No seu mundo, foda-se a letra. No seu mundo, foda-se a música. No seu mundo, foda-se a compostura. E não estou falando da sua letra ou da sua música. Estou falando da letra e da música do seu mundo, do mundo em que vivemos. Com postura? Sim,