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Mostrando postagens com o rótulo #mar

Sapatinho de Cristal

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Olha. Vê. Atenta aos sinais do Tempo, que nos sussurra segredos. Somos-nos nossos, nossamente únicos.  Amarantados, amorecemos. Existe um tipo de ilha que tem mar de amor em volta: chama filha. E queima. Para ela navego perdido, querendo me desencontrar. Sou nau a deriva, nesse há mar vasto e casto. Remo com as mãos, remo com os pés, remo com os dedilhos nos teclados do mundo, em busca da música perfeita. Remo cabelos da menina, encaracolados, enborboletados, Borboleta do Mar. Há espumas que nem sei. De tanto chorar pra dentro, emareei-me. Há mar fora, há mar dentro. Hoje, calmaria, aguardo o meu amigo Vento. Disse-me outros segredos, amigo do Tempo que é:  Três amigos de mãos dadas. O Tempo, o Vento, a Mar. Porque em francês, Mar é palavra feminina, de tanta gestação: peixes, filhos, alimentos, juras, poemas.  Talvez o Vento tenha esposado a Mar. Deles, nasceu o Tempo, que brinca amigo da minha filha, cuidando dela, meu tesouro, pra um dia me entr

falamar

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preciso falar sobre muitas coisas, sobretudo das que ardem. preciso falar da pontuação, do baile, do vício, do medo, do simples e do complexo, do bem, do bom, do belo, do mau, do caminho e do meu pai. preciso falar da minha mãe. preciso falar da minha filha, da saudade dela, do meu analista que me aguarda voltar, da necessidade de falar e da necessidade de calar. preciso falar a respeito. preciso falar do galo, da madrugada, dos amantes, todos, nenhuns, alguns específicos e nenhum dos que você esperava. preciso falar do amor. preciso falar de amar, do sonho da paz, da paz de sonhar, do sonhador em paz, rapazsonhador. preciso falar baixo, sussurrar, messurrar, meamar. preciso cindir, preciso saber, saberincisivamente sobre o que dizer nossilêncio de nós. preciso falar sobre os pedidos de perdão, sobre as desculpas, sob as desculpas de quem de fora ouve qualquer discurso, fala, palavra. preciso palavra. precisavra. preciso, imprecisamente disso tudo e disse nada, disso nada, disse t

As ondas fazem carinho na areia do tempo

Há quem espere sentado, há quem espere em pé. Há quem desista de esperar. Há quem medite a espera e quem espere meditando. – És père. Enunciado de há mar.

Storm

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Resolvi tomar banho. Mas não foi um banho assim compromisso, um banho assim o que eu vou fazer depois, um banho assim que roupa que eu vou usar quando eu sair daqui, um banho assim o que é que eu faço com relação a x, y ou z. Foi um banho banho. Daí, peguei a vela, coloquei na lanterna marroquina, acendi, ascendi, desliguei a luz, desliguei o ego, liguei o ipod no mantra de renascimento que ganhei de um amigo mestre e fui ter com a água a certeza do encontro. Lá, no breu clarividente da mente silenciosa, que escorria perdão e pequeninas sujeirinhas do dia-a-dia, limpei-me. De olhos fechados, pude ver o cheiro do sabonete, o molhado da água, o quente que me envolvia acalanto, embalando meu desejo de renovação. Tudo foi embora. Nada ficou. Nada ficou limpo, límpido, nítido, brilhante. Alegria efusiva. Estava acompanhado do bem que me quer bem. Decidi lavar seus cabelos. Seu corpo, seu jeito, seu sem jeito. Nos lavamos, lafomos e, ao final, chegamos-nus

Di cadê leitura?

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Vou contar um caso. O exemplar exemplar de Grande Sertão: Veredas, edição de aniversário, ficou em cima do meu Baú de Sonhos Realizáveis na sala da minha casa por quase dois anos. Sim. Tenho um baú de sonhos realizáveis. E um molho de chaves, na mesma sala. Nele, não conte a ninguém, tem a chave desse baú. E a chave do Universo. E mais duas outras chaves. Uma abre meu cofre vazio. Nessa sala, uma estante de livros, um oratório que fiz solzinho, flores. Nessala exala meu gosto pelo simplesmentemeu. E de quem quiser chegar, mas com respeito. Nessala, entre chaves mágicas, ora tô rio, oratório, leio. Mar. E me em canto com os livros. De filosofia a gastronominha. Nossos sabores e os sabores do mundo que não cabem nessala. Um dia, depois de tanto passar do lado desse livro mistério, abri o Grande Sertão: Veredas pra nunca mais fechar. É um livro tão mágico, que ele só abre. Abre tanto, que quando a capa encosta na contra capa, forma um círculo de páginas infinitas. E causos

Nosso rumo

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Ele, menino, intuiu que era esse o Caminho a seguir. Descobriu que a amava quando ela se encontrava deitada, enferma, aninhada em suas mãos, passarinha de penugem clara e bico forte, selvagem por natureza. Percebeu que o peito da gente é só é uma gaiola. Soube que se deixasse ela voar, mantendo sua gaiolinha aberta, quem sabe, ela teria vontade de voltar pra fazer ninho? Os peixes são mais peixes quando n'água nadam. Ele, nada. E descobre em seu Caminho, muito caminho a andar. Ela voa. Ele, não. Ele caminha. Mas seus pensamentos podem voar. Seus pensamentos e seu coração.

A Rainha e o Cavaleiro.

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Cavaleiro Templário contemporâneo ainda ajoelha diante de sua Queen. Uma de dois anos de idade. Ela, filha, o abençoa em sua jornada. Odisséia pessoal universal única, se é que isso é possível, sai seu fiel cavaleiro andante pelas linhas tortas de seu destino, rumo ao nada. A ideia primeira, era andar de Belo Horizonte a Recife, ou seja, a distância de 2.222km entre sua casa e a casa onde mora sua filha, pra mostrar que "Pai é só uma seta amarela". Pai é exemplo, e só. Nesse caso, o exemplo de paz. Em busca das virtudes perdidas do Bem, do Bom e do Belo, alvos tangenciados tantas vezes e dificilmente alcançados. Não foi fácil, posso dizer. Fui eu. Foram 88 dias de caminhada, 14kg que se foram pra sempre, deixados, escorridos por cada uma das gotas de suor. Bagagem extra desnecessária na vida da gente. Acho que vou lançar um Best Seller: "Emagreça 14kg em 88 dias". O mais difícil é só a caminhada do Vaticano a Santiago de Compostela. Os detalhes são fáceis.

88 - 14 = 2.500

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Nunca fui bom em Matemática. Acho que agora sei o porquê. Como provar pra minha professora, pesadelo dos idos de menino, que oitenta e oito menos catorze é igual a dois mil e quinhentos? Foram oitenta e oito dias de provações. De raio a serpente, teve de um tudo. Um dia se aprende que corajoso não é quem não tem medo. É que coragem é só a capacidade de agir de quem tem coração. Devo confessar. Foi fácil: todo dia eu chegava na porta, ao sair, e jogava o meu coração bem distante, na cidade de meu destino. Daí, era só ir buscá-lo pra minha filha. Ela não pode ficar sem ele. Quando se tem afeto, afeito no sisal do verdadeiro amor, borda-se qualquer caminho, ponto a ponto, passo a passo, linha dourada que pontua: é vida. Eu vivo. E tenho histórias de há mar pra contar. Mesmo na areia, escrevo com verdade o que a onda do tempo lava, leva, louva. Deus sabe. Agradeço por não saber fazer contas. As contas que sei, são as que bordo neste mesmo lindo pano. Vou passar um tempo agora ten