Postagens

Mostrando postagens com o rótulo #fogueira

O Caminho in verso

Imagem
À noite vem, coaxar de sapos. Um curiango pia no mato, na grota que é só breu e perguntas. O vento venta bailar das folhas das pontas, as estrelas estrelam o estrear dos pontos de luzes, ouço a corrente que arrasta impaciência no cimento do canil. A lenha já é espera, paus secos, folhas mortas, pau ferro, candeia que arderá. Ascendo aos céus, acendo na terra a fogueira que começa, divagar, devagar a vontade de crepitar. Fogueio. Meu pai é vem. Ele já vovô: – Filho, pega o acordeón pra mim. Pego, pai. – Pai, faz a volta ao mundo? Peço. E me sento do outro lado do fogo, na linha de vê-lo à luz laranja e negra do existir poético noturno. Ele tec o couro que prende o fole. Fuuuu. E arrasta a palma da mão no teclado, cabeça baixa, como se carinhasse o instrumento olhando de por sobre. Aos 11 anos, meu pai dava aulas de acordeón. Antes, tocava no piano de mentira, teclas desenhadas sobre a mesa, de quem não tinha dinheiro pra comprar um instrumento. Foi imaginando os sons das no