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O dia do voto

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Voto. Nunca consegui ouvir ou ler essa palavra como um substantivo. Sempre ouço ou leio como um verbo. E na primeira pessoa do singular. A singularidade do voto é interessantemente bela. Porque nos fala da inserção social. Porque nos lembra da beleza de um grão de areia. Porque dignifica a gota no oceano. Não há como eu pensar essa imagem e não me lembrar de um filminho manjado, se eu não me engano da década de oitenta, do rapaz jogando as estrelas do mar que estavam na praia de volta no oceano. E quando perguntado: – São milhares!, você acha que jogando de uma em uma vai fazer a diferença? E o rapaz responde: – Fiz a diferença pra cada uma delas que joguei de volta... É mais ou menos isso... É que no caso do voto, cada um de nós é a estrela do mar. E não há ninguém que nos jogue pro oceano. Depende de cada um de nós, pro oceano ficar estrelado... Você já viu como um só grão de areia é lindo? Não temos a dimensão de um, até o separarmos do resto na pon

Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é?

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É... Saudade do tempo em que o Zezé do Carnaval era o da cabeleira, não o do Pó Royal. Quando me vestia de bermuda, tênis, camiseta, pegava um troco com minha mãe e ia pro Minas I, de ônibus, brincar no baile. Voltava à pé. Ou ficava horas no vazio ponto de ônibus, no escuro, esperando a condução. Hoje, na frente do Hospital São Bento, tem o bloco dos Irmãos Metralha, na descida na Nossa Senhora do Carmo tem o bloco do Al Capone, no Gutierrez tem o bloco do Ali Babá e os 40 ladrões, no Santo Antônio tem bloco o ano inteiro dos “Carangos e Motocas” e o bordão “Eu te disse, eu te disse!” não é mais dito por uma motoquinha com cara de boboca. É por alguém que já caiu no esquema do assalto relâmpago, do sequestro relâmpago, do motoqueiro relâmpago. Sem falar no bloquinho da Serra do Cipó, onde o carnaval pega fogo, e no carnaval da periferia, onde é samba de roda o ano inteiro. Top-top. Põe na roda e seja o que Deus quiser... tadinho de Deus: brasileiro, queria um samba-exalta