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Mostrando postagens com o rótulo #alegria

Sistema Solar

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foto: mamãe Há uma dor sobreviver. É que o sorvete de creme derrete.  O mundo não se parece com o sanduíche da foto da lanchonete. Sabe? Escutei uma canção cantada por minha filha. Entendi a etimologia da palavra entusiasmo. Deus presente, com laço de fita e surpresa, bolo de chocolate e parabéns pra você pra mim. A semiótica é só soma na multiplicidade desconcertante, e complexamente simples, da infinita definição de amor trazida por minha filha. Há tantas pessoas no mundo que precisam conhecê-la... Seus quadros são mais lindos do que os de Matisse. Sua voz soa mil vezes mais linda do que a voz de Joss Stone. Sua primeira composição (que fez aos 3 anos e sete meses) deixa Jobim no chinelo. Sua graça faz de Didi Mocó um triste pierrot que chora. Sua presença ilumina tudo à sua volta. Ela cura enfermos, traz de volta a vida, colore flores e faz o Vento ventar. Marmente.  Desconfio (com base empírica) que ela tenha influência sobre a tábua das marés. De uma coi

Telescópio

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Minha irmã, Gabriela, me fez um carinho difícil de colocar em palavras. Tento. Minha filha mora há 2.222km da minha casa. Lá, foi onde passou o dia dos pais. Gabriela pediu à mãe dela que gravasse: fala pra tia Biba o que você quer que ela compre pro papai de presente de dia dos pais. – Tia Biba, eu quero que você compre um telescópio pra papai! Disse ela, com apenas três anos e meio. Me espanto. Esse pedido é cheio de proximidade. Esse pedido é cheio de referências muito minhas que talvez ninguém ainda saiba. Quando eu tinha cerca de 10 anos de idade, Beto Bomfim, meu amigão – amigo do meu pai que me adotou como uma espécie de afilhado – me deu de presente uns binóculos. E isso marcou pra sempre a minha infância. Me marcou porque não pedi isso a ele. Me marcou porque, já naquela idade, intuí todo o simbolismo referente a um presente como esse... Me marcou porque foi meu amigo querido que morreu ferido com carvão em brasa pela palavra sexo, pela palavra

We're back

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Rock and Roll na veia. Ou na véia? A maior banda de Rock desconhecida do Brasil está de volta. Depois de amargar 4 anos na escuridão total, eis que ressurge como Fênix a banda Fenemê. Nunca ouvi falar? Provavelmente sua área não tem nada a ver com publicidade e propaganda. Formada desde o início por publicitários, a banda Fenemê era a maior banda de Rock desconhecida do Brasil. Sim, respeitável público, éramos 7. Bê Sant'Anna, este que vos tecla, nos vocais, acompanhado por Sílvia Behrens. Nas guitarras, Augusto Coelho e Francisco Brandão. No contra-baixo, Dan Zecchinelli. E na bateria Luciano Recife e Wagner Lanna. Sim, dois bateristas. Banda boa é assim. Tem até reserva de bateria. Era uma espécie de futebolzinho de terça à noite, mas sem campo, sem bola, com cerveja e muito rock. Nos reuníamos em um estúdio de ensaio sob o lema: "Ignorância é com o Fenemê" e sentávamos a lenha. Descíamos o bambu. Socávamos a bota. Na dúvida, toca alto! Dizia nosso baixista, sabi

Degelo

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" Na vida e no amor, o pior inferno para uma pessoa é estar separado de quem se ama. " - disse o pensador... Penso, me dito. Será que tem ele razão? Foi assim que se deu. Como se entendeu separada de seu amor, resolveu separar o amor dele para sempre. Infantil satânica escolha, que vive do eco da voz de Deus, o verdadeiro amor não se separa... Sinto muito. Nem o dela, nem o dele, nem Nada. Pois nem o pobre do tudo é capaz de separar o amor verdadeiro. Ah, se abençoada fosse a fossa. Amor, imenso, líquido amálgama. O único capaz de superar, suplantar, redimir, perdoar. O anjo da vida, nota da harmonia, terra arada, semente escondida, desejo em presença, encontro, cântico, o amor é sem corrente, sem definição, infinita noção, sem deixar de ser infinito, o amor é dito, cujo, ornado, glorificado. É o Nada potente, por deinfinição... O amor ri de sacudir da distância do amado. Pois amor! Quando interno inferno, inverno de gelo. Sou guardião da primavera.

RECEITA PARA SER FELIZ

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“ Para ser feliz. ..”. Começa a frase e eu já me lembro da abertura do Programa Infantil de domingo, do Sílvio Santos, e da música tema: “ há um mundo bem melhor / todo feito pra você / há um mundo pequenino / que a ternura fez ”. Versão gravada primeiramente pelo intermidiático Moacyr Franco para “It’s a Small World”, um dos temas mais emocionantes de Richard & Robert Sherman para a Disney. Curioso saber que o eterno Rolando Lero, Rogério Cardoso, é quem foi o pai da versão brasileira desta música que marcou gerações. Afinal, qual a receita para ser feliz? Segundo Rogério Cardoso, acho que influenciado pela máxima que “ o Brasil é um país do futuro ”, a felicidade está em algum lugar e em algum tempo que não este. Afinal, “ há um mundo bem melhor, todo feito pra você ”. Pelo visto, não este. E você, o que acha? A felicidade está em algum outro lugar? Quer saber? Aproveite. Seja feliz agora. Não estou querendo tangenciar o niilismo ou o hedonismo, nada disso. Tem muito mais a ve

Ro meu, Juli êta!

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Ama quando esconde. Revela só pra si. Sopra-se. É vento da alma, sorriso esperança, fé que cura dodói. Limpou os cantinhos da alma, pode mover-se, lubrificada, oleosa clama por um abraço quente. Um de suspiro. Quer que segure suas mãos, quer que aperte firme suas mãos, olhe em seus olhos, afague só com a existência dos sentidos, contemplação mútua, orvalho do querer. Cursor pulsando na folha em branco. Entrega desistência, rendição plena, as máscaras venezianas afundam finalmente em seus canais. De lá nunca deveriam ter saído. O diabo pede pra contar em trovas o sucesso de Shakespeare. Frei Lourenço agora é outro: o veneno do amor é o tempo, senhor do equilíbrio e razão. Que um dia, quando pular da ponte, tenha aprendido finalmente a voar.

O Caminho in verso

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À noite vem, coaxar de sapos. Um curiango pia no mato, na grota que é só breu e perguntas. O vento venta bailar das folhas das pontas, as estrelas estrelam o estrear dos pontos de luzes, ouço a corrente que arrasta impaciência no cimento do canil. A lenha já é espera, paus secos, folhas mortas, pau ferro, candeia que arderá. Ascendo aos céus, acendo na terra a fogueira que começa, divagar, devagar a vontade de crepitar. Fogueio. Meu pai é vem. Ele já vovô: – Filho, pega o acordeón pra mim. Pego, pai. – Pai, faz a volta ao mundo? Peço. E me sento do outro lado do fogo, na linha de vê-lo à luz laranja e negra do existir poético noturno. Ele tec o couro que prende o fole. Fuuuu. E arrasta a palma da mão no teclado, cabeça baixa, como se carinhasse o instrumento olhando de por sobre. Aos 11 anos, meu pai dava aulas de acordeón. Antes, tocava no piano de mentira, teclas desenhadas sobre a mesa, de quem não tinha dinheiro pra comprar um instrumento. Foi imaginando os sons das no

Time is Money?

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O maior luxo do mundo: Time is money. Paro. Penso. Afinal, tenho tempo de sobra pra isso. Ócio criativo? Tal qual filósofo? Yes, bebê. Mas será que a máxima procede? Time is money? O que é tempo pra você? E luxo? E qual é afinal o seu conceito de valor? Você já parou pra pensar nisso? O meu parece divergir em algum ponto do prisma social. Tenho que responder de bate-pronto. Afinal, o meu espaço aqui é limitado pela falta de tempo de quem só corre o olho, não lê, vamos falar a verdade. Então vamos lá: Vendi minha TR4 pra ficar 3 meses caminhando, dormindo boa parte de favor e comendo basicamente uma refeição completa por dia. O que é luxo? A Pajero ou 3 meses de tempo? Eu faria os 2.500km que fiz a pé, em 88 dias, em 2 dias, se fosse de Pajero. Curiosamente, Pajero, pela origem da palavra, é ou “o mentiroso” ou “o punheteiro” – hispanicamente falando. Pras duas coisas, precisa-se de tempo. Tempo, para mim, não está ligado ao Estar. Mas sim, ao Ser. Esse é o verdadeiro fenômeno. Não o

Outubro Rosa

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Salve gente. O Outubro rosa tá com tudo. Todo mundo rosáceo pra justificar o tema. As mulheres precisam se conscientizar. E cá pra nós, não só sobre a importância do exame do câncer de mama. Tem muita coisa importante pra ser lembrada. O Papa Nicolau, por exemplo. Importantíssimo. O Papa Francisco, idem. Aquela coisa dos soutiens, the same. Não, eu não falo da importância de queimar, eu falo da importância de se usar. O chão tá frio, minha gente. E não adianta nada não morrer de câncer e morrer gripado. Afinal, a gripe também tá matando. Vocês sabem, nem só de conscientização feminina vive o mundo. Os homens também tem que fazer a sua parte e se conscientizar. Ir lá fazer o exame do toque depois dos quarenta. Importante. PSA, só, parece que não resolve. E tá todo mundo numa conscientização danada. O time do Toque da Raposa também resolveu se conscientizar: e o Outubro rosa começou com tudo, meninas! Mas, chegando o dia 13, você sabe, 13 é galo. Mas nem por isso vamo

A força do bem

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Neste sábado, a força do bem se multiplica. Você vai, come uma feijoada deliciosa do Nutreal, toma cerva gelada à vontade, caipis sensacionais, vê gente bacana - eu ia dizer bonita, mas só posso garantir 5 que conheço - , encontra gente do bem, curte uns shows na medida do sabadão e ainda sai com a certeza que ajudou uma criançada que precisa. Bom, né? Se todo sábado, tudo que a gente gastasse ainda se revertesse em boa ação a vida seria ainda melhor. Vale conhecer o trabalho gentil, cuidadoso e amoroso da turma da Força do Bem. O nome já diz tudo. Procura lá no Facebook e vamos encontrar a galera lá na Feijuca. Faz bem pro coração. Pro seu e pro de muitas crianças. ;)

O dia em que morri

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Morri hoje, pela manhã. Sem que esperasse, sem que soubesse,  sem dar notícia,  sem palco, sem terno, sem lastro,  sem medo, sem tudo,  morri. Fui hoje noite, de dia. Amanheci, tomei café e fui morrer logo cedo. Morri feliz. Não tinha flor, não tinha odor e nem platéia. Não tinha médico, não tinha cético, não havia crente. Me fiz semente, morri somente. Morri. Me fiz maior, mor,  ri de mim mesmo. Foi num átimo, préstimo, servi pra algo: morri. Morri eu, comigo, mesmamente, morto completamente em vida. Morte. Quando vi VIDA e MORTE juntas pela primeira vez eu li: vidAMORte. Ciclo tímico, tácito,  me vi pétala em sua mão. Minha filha flor e eu arrancada vida em sua palma com um simples gesto de amor: – Te amo, papai! E eu, nada, escorri.  Esvaí-me sentidos todos, múltiplos, numa morte linda e pura e louca e intensa e imensa. Nudação. E renasci pelado pai, sorriso só,