RECEITA PARA SER FELIZ




Para ser feliz...”. Começa a frase e eu já me lembro da abertura do Programa Infantil de domingo, do Sílvio Santos, e da música tema: “há um mundo bem melhor / todo feito pra você / há um mundo pequenino / que a ternura fez”. Versão gravada primeiramente pelo intermidiático Moacyr Franco para “It’s a Small World”, um dos temas mais emocionantes de Richard & Robert Sherman para a Disney.

Curioso saber que o eterno Rolando Lero, Rogério Cardoso, é quem foi o pai da versão brasileira desta música que marcou gerações.

Afinal, qual a receita para ser feliz?

Segundo Rogério Cardoso, acho que influenciado pela máxima que “o Brasil é um país do futuro”, a felicidade está em algum lugar e em algum tempo que não este. Afinal, “há um mundo bem melhor, todo feito pra você”. Pelo visto, não este.

E você, o que acha? A felicidade está em algum outro lugar?

Quer saber? Aproveite. Seja feliz agora. Não estou querendo tangenciar o niilismo ou o hedonismo, nada disso. Tem muito mais a ver com a filosofia Zen, mesmo. Viver o agora como só pode ser vivido. 100% presente. Por isso, puxe a ponta do laço, desembrulhe. Curta a expectativa do que está embrulhado. O presente é um só, e precisa ser desembrulhado com o amor consciente, reverente, consistente, vivo. Viver qualquer coisa que seja com foco, carinho, atenção e (sobretudo) doação completa é fórmula mágica. Para ser feliz.

Sabe? Ser feliz é estar estando feliz ao longo e largo da jornada. E isso é exercício que demanda aprendizagem, mas que pode ser aprendido e apreendido, acredite. Acredito. No Caminho, encontros. Em cada um, doação de amor. E aí se vai, e aí nós vamos a compartilhar amor em seu sentido mais terno, interno, pulsante. Tenho vivido por isso, para isso, assim. Gosto de pensar que por mais que o mundo puxe meu tapete, a hora, então, é de deitar no chão e curtir a relva, a grama, o cimento queimado. Se não há tapete, o solo faz as vezes do aconchego. Aproveito pra trocar energia com a mãe terra. Porque se estou na fila de banco, posso me encontrar com alguém sensacional que pode mudar a minha vida para sempre. Porque se estou no avião em turbulência posso descobrir que o piloto é o Pai. Porque se estou nu posso curtir o frio ou o sol e se estou agasalhado posso curtir o conforto ou o calor.

Já reparou? Quando falamos de um caso triste, mesmo que tenha passado, sintonizamos em alguma medida com um sentimento de tristeza. Quando falamos em algum caso que nos deixa nervosos ou indignados, sintonizamos em algum ponto o mesmo sentimento de revolta ou enfezamento. Quando falamos sobre algo engraçadíssimo que nos aconteceu, acabamos por rir, às vezes, às gargalhadas... o que isso ensina?

Devo sintonizar, atrair, falar sobre, contar, relembrar, coisas boas, alegres, engraçadas, divertidas, amorosas, ou... ruins, tristes, pesadas, chatas, difíceis?

Acho que precisamos encarar finalmente o fato de que é muito mais fácil ser feliz do que pensamos, do que dizemos, do que vivemos, do que esperamos. Ter medo de ser feliz é fácil. Difícil é entender que corajoso não é o que não tem medo. Corajoso é o que, apesar do medo, decide tentar.

Que se dane, vou tentar ser feliz. Hoje. Agora.

Pronto: sou.






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