2013



2013 foi bom?

O café queima minha boca, fst!. Deito a xícara no pratinho.

Olho o vazio e vejo Tempo. Esse ano foi bom?

Puxa.

Foi um ano como nenhum outro, como tinha que ser. Ano de fé, de superação, de prova, de dor e de amor profundos. Em 2013, voei de balão com São Jorge e o Arcanjo Serafim na Capadócia. Encontrei o Papa Francisco no Vaticano. De lá, andei o mundo. Refiz o Caminho de São Bernardo e São Francisco peregrino até Assis, encontrei-me com Santa Clara e São Francisco na Porziuncola e me ditei Caminhos.

Pedi perdão.

Andei até Chiusi Della Verna, onde as chagas de Francisco brotaram dor do mundo, compaixão pelo semelhante. Aceitei os desígnios do Mistério da Fé. Ouvi.
Pus-me a andar. Atravessei a Itália. Atravessei a França. Atravessei a Espanha. Atravessei a minha própria expectativa e cheguei a Santiago de Compostela.

Recebi tantas cruzes e preces, que não era mais eu quem caminhava. Era uma legião de amor, de prece. Cruzada de compaixão pela dor original. O romper da semente. A vontade da vida.

Fui sopro na ferida de muita gente. Fui, somente.

E mesmo chegando, descobri que não está lá. Me encontrei com Deus e com o Diabo, resenhamos juntos o tempo que correu de 1973 a 2013. Quarenta anos de espera.

Até chegar numa igrejinha de Recife, onde uma menininha de cabelos esvoaçantes encaracolados esperava para receber o Espírito Santo em meu nome, tocar sorriso o coração de velhos e iludidos, e num olhar ternura declarar ao mundo seu encanto doce:

– Papai!

Assim, completou-se a minha saga.

E eu, simples Samurai Peregrino, rompi casulo para sempre. O pai mais amoroso de todo o mundo.

É. 2013 foi como tinha que estar.



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